Se hoje é difícil assistir a um reality em que os participantes NÃO exponham gratuitamente as entranhas de suas intimidades, em 2007 a atitude de Fani, então com 24 anos, foi quase revolucionária. E ela precisou segurar o tranco porque choveram críticas. "Saí com a pecha de 'piranha'", resume.
Não que Fani tenha se surpreendido com o reacionarismo dos espectadores, pelo contrário. "Eu sabia que isso iria acontecer. Se hoje ainda existe preconceito contra a mulher que fala que gosta de transar, imagina naquela época", analisa.
"Fui a primeira Geni real da televisão. Jogaram muitas pedras em mim, mas eu tinha a cabeça feitíssima e nada me abalava", lembra a ex-promotora de eventos. Ela conta que seu jeitão despachado levou muita gente a "confundir as coisas".
"Por ser liberal, fiquei sendo malvista um bom tempo. Sofria com os olhares atravessados das mulheres, que tinham ciúmes de seus maridos e namorados, fui assediada pelos homens... Eu não tinha a consciência que tenho hoje", diz, lembrando de dois episódios de assédio que a deixaram especialmente traumatizada. "Foram dois diretores de duas escolas de samba. Horrível. Péssimo. Nunca mais desfilei na minha vida nem pretendo quebrar essa promessa".
Aos 40 anos, Fani termina a faculdade de medicina em 2023 e, por conta disso, tem trabalhado menos do que gostaria como modelo e influenciadora. "A prioridade agora é me formar", afirma ela que, na cidade que ama e divulgou país afora, é rainha: seu rosto pode ser visto em anúncios e campanhas publicitárias de várias empresas da região.
"É com esse dinheiro que pago meus estudos", revela a futura neurologista, para quem a ideia de voltar a participar de um reality é totalmente descartada. "Não existe a menor possibilidade", garante.