Com boletos do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) batendo à porta, muito sul-mato-grossense notou tendência de aumento no valor da taxa cobrada em cima de veículos usados. Mas afinal, por que o preço do IPVA está mais "salgado"?
Economista e diretor de uma empresa de consultoria, Hugo Garcia explica que o valor do imposto cobrado neste ano ainda carrega reflexos da crise econômica provocada pela pandemia. Conforme estudos realizados entre 2020 e 2021, o carro usado ficou até 25% mais caro no período, inflação que refletiu também no valor do IPVA.
Vale lembrar que o imposto é resultado de uma porcentagem cobrada em cima do valor venal do veículo, que leva em conta a tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). No caso de Mato Grosso do Sul, o índice é de 3,5%
"Nos últimos anos tivemos uma oferta excessiva de carros novos e isso manteve os usados com valor mais aquecido. Por conta disso, até o primeiro semestre de 2023 certamente teremos carros antigos com patamares de preços mais altos", explica Hugo Garcia.
Nas garagens de seminovos e usados, a realidade também foi sentida. Jéssica Lopes, vendedora de uma empresa em Campo Grande, conta que o cenário é de valorização do usado. "Já vi casos de quem pagou R$ 40 mil em um carro, ficou dois ou três anos com o veículo, e conseguiu vender por R$ 45 mil. Valorizou muito", pontua.
Com carros mais caros, consequentemente IPVA mais caro, no entanto, na avaliação da vendedora, o preço é sentido somente por quem não pensa em trocar de carro. "Quem mantém o carro que já tem e não pensa em uma troca é quem sentiu no bolso", relata.
Momento para vendas
Com a valorização dos veículos, o IPVA pode até estar mais alto, no entanto, especialistas apontam que o momento é propício para vendas e trocas.
"Agora é o momento de negociar carro. Esse é o momento. Obviamente é um ambiente mais favorável para vender ou trocar, até porque, muitos carros estão com preço até 15% acima da avaliação da tabela Fipe", afirma o economista Hugo Garcia.