Fonte: AgĂȘncia Câmara de NotĂcias
A Câmara dos Deputados aprovou proposta que impede cônjuge agressor de receber bens da vĂtima no caso de assassinato ou tentativa de homicĂdio. A proposta segue para o Senado Federal.
O projeto altera o Código Civil para que não seja incluĂdo no regime de comunhão universal os bens particulares da vĂtima de homicĂdio doloso ou tentativa se o cônjuge for autor, coautor ou partĂcipe do crime.
O texto aprovado é o Projeto de Lei 201/22, da deputada Norma Ayub (PP-ES), com as alterações da relatora, deputada Liziane Bayer (Republicanos-RS).
A relatora fez mudanças de redação na proposta. Ela explicou que, na lei atual, o cônjuge passa a ter direito à parte dos bens particulares a partir do casamento em regime de comunhão universal de bens. É necessĂĄrio, segundo ela, aprimorar a lei para excluir essa parte no caso de violĂȘncia.
"Imaginem a hipótese de alguém rico que se case, sob o regime da comunhão universal de bens e, logo após, venha a ser assassinado pelo marido ou pela mulher. O cônjuge sobrevivente, neste caso, mesmo havendo praticado homicĂdio contra o marido ou a mulher, terĂĄ direito à metade de todos os bens", exemplificou.
Debate em PlenĂĄrio
A deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que a lei atual "não tem sentido" e pode favorecer a violĂȘncia. "Homens que assassinam a mulher ou que tentam matar a mulher não podem ter direito à comunhão ou a parte dos bens que serĂĄ favorecida e acrescida até com assassinato da outra pessoa", declarou.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) afirmou que o texto atua na preservação da vida. "A Câmara faz um gesto na preservação da vida e na punição para aqueles que atentam contra ela", disse.