Ao longo da carreira e da vida, o Rei do Futebol não se limitou a dar declarações apenas sobre o esporte que o consagrou. Amante das artes - principalmente da música - se comparou a grandes artistas da história, levantou bandeiras sociais e sempre fez questão de exaltar a admiração pelo pai e o orgulho de defender a camisa da seleção brasileira, com a qual conquistou três Copas do Mundo.
"Ajudem as crianças desafortunadas, que necessitam do pouco de quem tem muito. Pelo amor de Deus, o povo brasileiro não pode perder mais crianças", disse Pelé. Porém, tempos depois da fala, o Rei do Futebol declarou que se arrependeu da repercussão e revelou que deveria ter dedicado o feito para sua mãe.
"Se eu soubesse que oferecer meu milésimo gol às criancinhas iria provocar tanta onda, teria ficado quieto. Bem que poderia ter oferecido aquele gol à minha mãe, que iria adorar", disse Pelé.
Em entrevista à revista francesa France Football, Pelé chegou a traçar um paralelo entre sua carreira com a de nomes importantíssimos da arte. "Nunca haverá outro Pelé. Eu nasci para o futebol assim como Beethoven para a música e Michelangelo para a pintura", disse Pelé.
Inclusive, o Rei chegou a se analisar de duas formas, como Edson Arantes do Nascimento, o homem mortal, e Pelé, o Eterno Rei do Futebol. "Perfeito é o Pelé, que não erra, que é imortal. Mas o Edson Arantes do Nascimento é uma pessoa normal, deve ter um monte de defeitos que muita gente não gosta e recrimina."
Nascido em Três Corações, no interior de Minas Gerais, Pelé pouco viveu em sua cidade natal e se mudou para Bauru, onde passou a infância. Lá se apaixonou pelo futebol e nunca escondeu que tinha como ídolo o pai, Dondinho, que também foi jogador de futebol.
"Eu queria ser igual ao Dondinho, que era o meu pai. E Deus me deu tudo isso. Não tem uma explicação. Acho que todo esse sucesso, todas essas vantagens e vitórias da minha vida, eu comecei a aprender quando eu era criança", disse Pelé em entrevista à CBF TV.