Uma das primeiras informações a chegar para o público foi que o corpo do papa emérito estará na Basílica de São Pedro para a saudação dos fiéis a partir da segunda-feira (2/1). O mais provável é que o funeral aconteça em 5 de janeiro. Ainda não se sabe se durará nove dias, como é comum com papas.
O próximo passo é decidir quem presidirá o funeral solene de Bento XVI. O mais provável é que seja o próprio papa Francisco. Os protocolos ainda não são conhecidos por se tratar de uma situação inédita. Afinal, é a primeira vez em 600 anos que há dois papas.
Papa emérito Bento XVIPapa bento XVI no Brasil em2007Papa Fraancisco e Papa Bento XVIPapa Bento XVIPapa Bento XVI e Monsenhor João Clá0O liturgista padre Claudio Magnoli, consultor da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, foi ouvido pelo site Adnkronos. “Do ponto de vista litúrgico, o ritual que está previsto para o funeral dos papas será essencialmente usado, já que estamos falando de um papa”, explicou. Então, o decano dos cardeais presidiria o funeral. Mas como há um papa vivo, Jorge Bergoglio faria esse papel.
Isso depende muito da própria condição física de Francisco, que tem sofrido muito com problemas nos joelhos.
Até a vestimenta é alvo de discussão. “Como Joseph Ratzinger não renunciou à túnica branca nem mesmo nesses quase 10 anos como papa emérito, ele poderia decidir manter as vestes pontifícias”, arrisca Claudio Magnoli.
Em 2020, Bento XVI falou sobre o lugar que queria ser enterrado. Ele escolheu o túmulo que pertenceu a João Paulo II, na cripta de São Pedro. O local está vazio porque os restos mortais de Karol Wojtyla foram transferidos para uma capela perto da Pietà de Michelangelo, após sua canonização.
Ratzinger nasceu em 16 de abril de 1927, em uma pequena vila chamada Marktl am Inn, na Baviera, Alemanha, às margens do rio Inn. Seus pais eram Joseph, um comissário de polícia, e Maria Peintner.
Ele entrou no seminário em 1939 e se tornou padre em 29 de junho de 1951. Na tarde de 19 de abril de 2005, Ratzinger foi escolhido como papa para suceder o futuro santo João Paulo II, que exerceu a função por 26 anos, 5 meses e 17 dias.
Depois de dois dias e quatro rodadas de conclave, às 17h56 (horário local), a chaminé da Capela Sistina exalou a fumaça branca: havia sido escolhido o 265º sucessor de Pedro. Então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger pediu para ser chamado de Bento XVI.
A explicação: ele queria se inspirar na coragem de Bento XV (1914-1922) durante a 1ª Guerra Mundial. E também em São Bento de Núrsia, copadroeiro da Europa, chamado de Patriarca do monarquismo ocidental.
O papa Bento XVI anunciou sua renúncia em 11 de fevereiro de 2013, e deixou o cargo em 28 de fevereiro de 2013. Segundo o próprio papa, foi uma “escolha difícil”, mas feita “em plena consciência”. Diversas vezes ele falou que não se arrependia. E sempre deixou claro que renunciava por causa da velhice.
“Alguns de meus amigos um tanto "fanáticos" ainda estão irritados, eles não quiseram aceitar minha escolha. Acreditam nas teorias de conspiração: alguns disseram que foi por causa do escândalo Vatileaks, outros por causa de um complô da lobby gay, outros ainda por causa do caso do teólogo conservador Lefebvrian Richard Williamson. Eles não querem acreditar em uma escolha feita conscientemente. Mas minha consciência está limpa”, explicou Bento XV, em uma entrevista reveladora ao jornal Corriere della Sera.
Era a primeira vez que um papa renunciava em 600 anos.
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