Com prostituta fetichista e vizinha voyeur, "Olhar Indiscreto" é "de família", garantem atrizes
Apesar das singularidades da personagem que interpreta, Débora diz que conseguiu se conectar com Miranda pelas aspectos em comum: ela também se considera tímida e introspectiva. O fato de a equipe por trás das câmeras ser majoritariamente feminina também ajudou a deixá-la à vontade —e sem a preocupação de ser sexualizada em excesso.
“Pesou muito na minha decisão de fazer essa série saber que a equipe era majoritariamente feminina, que a diretora era mulher, que a câmera era uma mulher. Essas profissionais incríveis que iam estar comigo me apoiando”, disse.
As atrizes contam que o olhar da coordenadora foi muito importante e as deixou mais relaxadas. As gravações eram ensaiadas previamente, e elas dizem que os mínimos toques eram previamente estudados.
“Usamos almofadas e coisas do tipo que evitam o contato, mas que não aparecem na câmera. Então dá uma ilusão. E, para além disso, tinha um cuidado emocional. Através de um gesto ou olhar diferente, a coordenadora já percebia se estávamos desconfortáveis”, explica.
Para mergulharem nas personagens e conhecer o que iam retratar, todo o elenco participou de palestras e workshops sobre as práticas sexuais que permeiam a produção. Com isso, Emanuelle e Débora dizem que passaram a enxergar o assunto como algo mais natural.
“Não importa se você gosta ou não gosta, passamos a ver isso como uma escolha”, diz a primeira. “O nosso olhar para a prostituição, por exemplo, é muito estereotipado. Essas mulheres são normais.”
“OLHAR INDISCRETO”