O vereador Ilson Portela, o Catito (PSDB), reassumiu o cargo na Câmara Municipal de Maracaju nesta terça-feira (3) após o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) conceder liminar que suspendeu o afastamento de 30 dias. Os outros sete parlamentares vão retornar na sexta-feira (6).
Em dezembro de 2022, o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), da PolĂcia Civil, deflagrou a terceira fase da Operação Dark Money. Foi identificado pagamento de propina a vereadores durante os meses de dezembro de 2019 e novembro de 2020.
O presidente em exercĂcio da Câmara, Gustavo Duó (PP), confirmou que Catito jĂĄ voltou à Casa e que o presidente Robert Ziemann (PSDB); o segundo vice-presidente Jeferson Lopes (Patriota); o primeiro secretĂĄrio da Mesa Diretora Antônio João Marçal de Souza, o NenĂȘ da Vista Alegre (MDB); Ilson Portela, o Catito (PSDB); Laudo Sorrilha (PSDB); Ludimar Portela, o Nego do Povo (MDB); João Gomes Rocha, o Joãozinho Rocha (MDB); e Hélio Albarello (MDB) retornam na sexta, quando termina o perĂodo de afastamento.
Operação Dark Money
Segundo o Dracco, as propinas eram pagas por ordem do então prefeito MaurĂlio Azambuja (MDB) que, com o aval de outros servidores, tinha como objetivo afrouxar a fiscalização das contas da prefeitura pela Câmara, além de aprovar projetos e leis de seu interesse.
O pagamento de propina tinha como objetivo impedir o funcionamento adequado do Legislativo, jĂĄ que é de responsabilidade dos vereadores a fiscalização do Executivo. A 3ÂȘ fase foi nomeada como "mensalinho"" em referĂȘncia ao esquema do mensalão, que era operado em nĂvel federal.
As investigações do Dracco apontaram que 11 dos 13 vereadores que integravam a Câmara no perĂodo teriam recebido pagamentos indevidos oriundos dos desvios feitos na prefeitura.
Dos 11 vereadores investigados, oito ainda estão em atividade. Os valores recebidos por cada vereador dependiam de sua influĂȘncia e capacidade de interferir na fiscalização. Em um ano, foram identificados pagamentos para os 11 vereadores que chegavam a R$ 1.374.000,00. Os pagamentos eram feitos em cheques, nomes de laranjas ou até mesmo em espécie, para dificultar o rastro do dinheiro