O Ministério Público Estadual em Maracaju solicitou e a Justiça atendeu o pedido determinando a prorrogação do afastamento dos vereadores maracajuenses por mais 15 dias.
Inicialmente o MPE queria mais seis meses de afastamento, mas por ser uma decisão que foi tomada pelo juiz de plantão, o magistrado entendeu que a decisão deverá ser dada pelo juiz titular assim retornar do recesso judiciário. Para evitar que os vereadores retornassem de imediato e prejudicassem o andamento das investigações, o plantonista determinou o afastamento por mais 15 dias.
INVESTIGAÇÃO – Oito vereadores e três suplentes foram afastados das funções no dia 6 de dezembro passado sob suspeita de envolvimento num esquema milionário de corrupção.
Eles são acusados de receberem uma espécie de “Mensalinho” para votar projetos e fazer vistas grossas a supostas irregularidades administrativas na Prefeitura de Maracaju na administração do ex-prefeito Maurílio Azambuja (MDB).
Durante a ação de agentes policiais e do Ministério Público houve a prisão de um vereador e de seu filho por porte ilegal de arma de fogo, mas eles foram liberados após pagamento de fiança. Houve também a apreensão de vultosa quantia de dinheiro e de cheques pré-datados.
No fim da tarde de hoje, 5, oficial de Justiça manteve contato com o presidente interino de Câmara Municipal, vereador Gustavo Duó, e ficou definido que amanhã de manhã a Presidência do Legislativo receberá a notificação da decisão judicial mantendo afastados os vereadores Robert Ziemann, presidente da Câmara; Nenê da Vista Alegre, 1º secretário da Mesa; Jeferson Lopes; Ludemar Portela, o Nego do Povo, João Gomes Rocha, o Joãozinho, Hélio Albarello e Laudo Sorrilha.
A medida não atinge o vereador Ilson Portela, o Catito, oitavo vereador envolvido no esquema investigado pela Polícia e pelo Ministério Público. Ele foi beneficiado por um habeas corpus assinado por um desembargador do Tribunal de Justiça e já retornou às suas atividades na Câmara Municipal.
Enquanto durar o afastamento, os suplentes convocados para substituir os titulares continuarão exercendo o posto de vereadores e vereadoras.
FATOS NOVOS – Há informações de que assim que o juiz titular retornar ao trabalho, a Justiça deverá analisar o novo pedido de afastamento por seis meses, inclusive em relação a Ilson Portela, o “Catito”. Novas provas do esquema anexadas ao processo podem levar o Poder Judiciário a rever o retorno dele à Câmara.
A decisão de hoje vale também para o suplente de vereador Vergílio da Banca (MDB), que deveria ter assumido após os afastamentos de dezembro. Entretanto, ele também é um dos investigados e ficou impedido de assumir a vaga, atualmente com a segunda suplente, Gracinha Pernambucana.
Os ex-vereadores Adriano da Silva Rodrigues, o “Professor Dada”, e Toton Pradence, que exerciam mandato até 2020, também são alvos da operação acusados de receber mensalinho com dinheiro desviado do cofre público através de uma conta fantasma da prefeitura.