O YouTube seguirá aplicando suas regras de moderação de conteúdo, o que significa que haverá uma análise caso a caso para identificar se os vídeos e transmissões ao vivo ferem políticas da plataformas, como as relacionadas a incitação a violência e de integridade eleitoral.
A análise feita pelas plataformas do que será ou não removido pode eventualmente impactar na preservação de imagens para apuração dos envolvidos na ações golpistas.
No caso da invasão ao Congresso dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, as imagens produzidas por radicais e divulgadas nas redes se mostraram elementos essenciais para o avanço da apuração dos crimes, naquela que é considerada a maior investigação da história do FBI.
Como a análise das empresas do que fere ou não suas políticas é feita individualmente, não se sabe, a partir das regras, se vídeos que podem ajudar nas investigações serão preservados.
A Folha de S.Paulo apurou no caso da Meta que a empresa, em paralelo às remoções, segue colaborando com as autoridades brasileiras.
O YouTube possui uma exceção para remoção chamada EDSA, prevendo que mesmo vídeos que a princípio violem as regras da plataforma podem ser mantidos, caso correspondam a ressalvas que incluem vídeos de caráter educativo, documental, cientifico ou artístico.
Segundo o porta-voz da Meta, a empresa já tinha classificado o Brasil como um local temporário de alto risco, antes da eleições, e passado a remover conteúdos com incentivo para que pessoas pegassem em armas, ou invadissem prédios públicos como o Congresso ou o Palácio do Planalto.
"No domingo, também designamos este ato como um evento violador, o que significa que removeremos conteúdos que apoiam ou exaltam essas ações. Estamos acompanhando a situação ativamente e continuaremos removendo conteúdos que violam nossas políticas", consta em comunicado de porta-voz da empresa.
"Antes mesmo das eleições, designamos o Brasil como um local temporário de alto risco e passamos a remover conteúdos que incentivam as pessoas a pegar em armas ou a invadir o Congresso, o Palácio do Planalto e outros prédios públicos."
Em novembro, na semana seguinte ao segundo turno, as plataformas da Meta tinham começado a remover postagens com pedidos de intervenção militar no Brasil.
O YouTube afirmou que conteúdos que violam suas regras, incluindo transmissões ao vivo, estão sendo removidos.
"Estamos monitorando a situação na capital brasileira envolvendo os espaços públicos das instituições na Praça dos Três Poderes. Nossos times estão removendo conteúdo que viola nossas políticas, incluindo transmissões ao vivo e vídeos que incitam violência", afirmou a empresa em nota.
"Além disso, nossos sistemas estão exibindo com destaque conteúdo de fontes confiáveis na nossa página principal, no topo dos resultados de busca, e nas recomendações. Permaneceremos vigilantes conforme a situação continue a se desenrolar."
Após o resultado do segundo turno, a plataforma tinha atualizado suas políticas e passou a proibir conteúdo que alega que a eleição presidencial de 2022 no Brasil foi roubada ou fraudada -antes, a regra valia apenas para as eleições de 2014 e 2018.