O Banco Central disse que a alta das commodities e à retomada da economia são os principais fatores responsáveis pelo estouro da meta de inflação em 2022. A informação está na carta aberta, assinada pelo presidente Roberto Campos Neto, que foi enviada nesta terça-feira, 10, ao ministro da Fazenda e presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN), Fernando Haddad. No ano passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 5,79%. A meta oficial da inflação era de 3,5%. Criado em 1999, a carta é uma exigência do regime de metas. Toda vez que o limite é excedido, o presidente do BC precisa enviar uma carta ao presidente do CMN para explicar o motivo. Além disso, o responsável pelo banco precisa indicar providências e o prazo para o retorno à meta. Para 2023, Roberto Campos Neto comentou que a inflação deve superar a meta estabelecida mais uma vez, de 4,75%. No entanto, levando em consideração as projeções para 2024 (3,0%) e 2025 (2,8%), o BC argumenta que o "cenário é de convergência da inflação para as suas metas". Mesmo assim, o banco prevê que a inflação deve continuar em queda ao longo deste ano, terminando 2023 abaixo do resultado de 5,79% de 2022. "A inflação ainda se mantém superior à meta, em virtude principalmente da hipótese do retorno da tributação federal sobre combustíveis nesse ano e dos efeitos inerciais da inflação de 2022", diz a carta do BC.