A Rússia não está feliz com o Ocidente entregando mais armas para a Ucrânia. Nesta segunda-feira, 16, o presidente russo, Vladimir Putin, fez uma crítica a esses atos e prometeu queimar os tanques que os países ocidentais, especialmente Reino Unido e Polônia, planejam entregar. No sábado, os ingleses anunciaram que não entregar veículos blindados Challenger 2 para Kiev, tornando-se o primeiro país a enviar este tipo de material pesado para a Ucrânia. “Os tanques estão sendo e vão ser queimados”, afirmou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, em entrevista coletiva diária por telefone. Peskov reiterou que os ocidentais utilizam a Ucrânia para “alcançar os objetivos antirrussos” e que o Kremlin continua determinado a atingir “os objetivos da operação militar especial”, expressão usada para se referir à ofensiva contra o país vizinho lançada no dia 24 de fevereiro do ano passado.
O presidente da Rússia e o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, conversaram por telefone nesta segunda. Segundo o Kremlin, na conversa, Putin “destacou a estratégia destrutiva do regime de Kiev, que apostou em uma intensificação das hostilidades com o apoio de seus patrocinadores ocidentais, que estão aumentando os fornecimentos de armas e de equipamento militar”. Os dois chefes de Estado também abordaram a questão da troca de prisoneiros, “especialmente dos feridos”, entre Rússia e Ucrânia. Em um comunicado, a presidência turca informou, por sua vez, que Erdogan reiterou que seu país “está pronto para facilitar e servir de intermediário para o estabelecimento de uma paz duradoura entre Rússia e Ucrânia”.
Essa crítica de Putin vem um dia após o ataque em Dnipro que deixou ao menos 40 mortos, contudo, esse número pode piorar, já que o paradeiro de 34 pessoas é desconhecido. Enquanto isso, há 75 feridos. A Rússia, apesar de ser apontada como a autora do ataque, negou neste domingo que tenha envolvimento com o bombardeio. Os russos mantiveram sua política e o Kremlin negou a responsabilidade pelo ataque e culpou parcialmente os ucranianos. O porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, falou de uma “tragédia”, apontando para a possibilidade de um míssil de defesa aérea ucraniano ter caído sobre o prédio. As operações de resgate continuam tentando encontrar sobreviventes na montanha de escombros ainda fumegante. A Suécia, que detém a presidência rotativa da UE, afirmou nesta segunda-feira que o ataque constituiu um “crime de guerra”.