O quadriciclo capotou no sábado (14) no bairro de Camboinhas, área oceânica da cidade. Amanda foi declarada morta ainda no local. A Polícia Civil do Rio confirmou a ocorrência em nota à reportagem, afirmando que as circunstâncias do acidente ainda são investigadas. A mulher que acompanhava Amanda deve prestar depoimento nos próximos dias.
Ela foi socorrida com ferimentos, mas já foi liberada, deixando uma mensagem para a amiga nas redes sociais antes de seu sepultamento, que aconteceu no início da tarde desta segunda-feira (16).
"Fui a escolhida para passarmos os últimos momentos juntas e você estava tão feliz. Eu ainda não consigo acreditar, ontem enquanto eu estava no hospital a única coisa que se passava na minha cabeça era você", escreveu a jovem nos stories do Instagram.
Além do depoimento, os policiais também buscam imagens de câmeras de segurança e esperam laudos de perícia para esclarecer o que aconteceu.
O motorista do quadriciclo já foi identificado e é procurado pelos agentes, mas a Polícia Civil não deu informações sobre qualquer mandado expedido contra ele. Segundo amigos de Amanda, o rapaz não fugiu do local logo após o acidente e foi o responsável por acionar o socorro. O caso é investigado pela 81ª DP (Itaipu).
JOVEM TINHA OBRA INSPIRADA NAS RAÍZES BRASILEIRAS
Grafiteira, ilustradora e artista plástica, Cabocla tinha mulheres indígenas e pretas como protagonistas da maioria de suas obras, estampadas em telas e murais urbanos ou esculpidas em materiais como argila.
Um de seus últimos trabalhos, "Mama Júpiter", foi a "maior cria" da jovem, que teve a chance de grafitar um mural gigante no Moinho Fluminense, na capital carioca.
Amanda era nascida e criada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e ganhou uma homenagem de sua terra natal, que destacou o impacto de suas obras autorais.
"Com talento e personalidade impressos em suas obras, seja pela pintura ou grafite, Cabocla eternizou sua passagem por Maricá", escreveu a administração municipal em um post no Instagram.
Ao descrever suas motivações para esculpir e desenhar, a jovem deixou claro sua ligação com o "sagrado feminino" e sua vontade de espalhar a cultura nacional por meio da arte.
"A figura da mulher tribal tem um grande poder e influência sobre a minha arte. Estudo diversas culturas ao redor do mundo para criar cada obra e tenho um verdadeiro fascínio por abordar a magia e a beleza do misticismo e a magia natural feminina. Vejo o meu trabalho como uma oportunidade de espalhar nossa cultura em forma de arte e nos lembrar da riqueza da nossa origem indígena e das raízes desse país", declarou Amanda Mawe.