Hoje, as duas mulheres se reencontraram com os profissionais de saúde que aplicaram os imunizantes para celebrar a vida e dividir as experiências após a vacinação. Para Terezinha Conceição, atualmente com 82 anos e moradora do Abrigo Cristo Redentor, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, a imunização trouxe esperança de dias melhores. Ela afirmou ter ficado emocionada ao ser a primeira idosa imunizada no estado. “Eu estava ansiosa para a vida começar a voltar à normalidade, a gente poder passear, estar com as pessoas”. Terezinha pediu que toda a população se vacine. “O vírus ainda não acabou e daqui a pouco teremos o carnaval”, alertou.
“Com o início da imunização, nascia a esperança de vencermos esse vírus. Conseguimos levar a vacina para todo o território fluminense, sempre com o lema de que cada município importa. Nossa força-tarefa deu certo, e a simbologia dessa data permanecerá viva em nós”, declarou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
Os resultados positivos derivam do trabalho das equipes de saúde, dos mutirões que viravam madrugadas recebendo, contabilizando e separando as doses para envio aos municípios, e da operação logística de distribuição aérea, que se tornou referência para outros estados do país. Nesta quarta-feira, passado o momento mais crítico da pandemia, o governo do estado lembrou a mudança que a vacina trouxe para a população, citando pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicada em dezembro passado no jornal Infectious Disease Modelling, que revelou que a vacinação evitou mais de 230 mil casos de hospitalizações e mais de 43 mil mortes.
O secretário de Estado de Saúde, Doutor Luizinho, acentuou que “vacinas são a forma mais importante de prevenção que temos para proteger a população contra inúmeras doenças". "Desde o início da vacinação, a Secretaria de Saúde realiza um trabalho eficiente, garantindo a todos os cidadãos do estado acesso aos imunizantes de forma equânime e igualitária. O resultado disso é a redução do número de casos e óbitos”, destacou. O secretário fez apelo para que as pessoas tomem as doses de reforço e que os pais levem as crianças para serem vacinadas.
Com a missão Tudo pela vida, que usou o helicóptero da Superintendência de Operações Aéreas (SOAer) da Secretaria de Estado de Saúde e recebeu apoio de aeronaves das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros, o governo do estado conseguiu entregar vacinas aos 92 municípios fluminenses em até sete horas. O “Verdinho”, como é conhecido o helicóptero da Saúde, transportou 972 mil doses, em 140 horas de voo. Juntas, no período de um ano, essas aeronaves levaram 2 milhões de doses até os fluminenses, encurtando espaços e salvando vidas.
Responsável pela SOAer, o major Roberto Medina informou que uma força-tarefa permitiu a entrega de 2 milhões de doses de vacina contra a covid-19. “Chegamos a todas as regiões, como no norte do estado, a uma distância de cerca de 300 quilômetros da capital. A população nos aguardava nos campos de pouso, ansiosa pela vacina”, lembrou.
Nesses dois anos, 50 milhões de doses chegaram e saíram da Coordenação Geral de Armazenagem (CGA), em Niterói, lembrou a superintendente da CGA, Melissa Oliveira. “Realizamos obra para instalar sete freezers para receber as vacinas em temperatura ultrabaixa. Na época da distribuição de vacinas via aérea, ocorreram atividades extra-horário em todas as madrugadas que antecederam as distribuições.”
O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, Mario Sérgio Ribeiro, destacou que, ao longo de 2021, a chegada de mais doses de vacina ao país possibilitou ampliar o público imunizado, e o avanço nos estudos abriu caminho para a ampliação das faixas etárias aptas a serem vacinadas. “No começo, a vacina estava liberada apenas para maiores de 18 anos. Em 2022, ampliou-se para grupos de 12 a 17 anos. No final de 2022, as crianças foram incluídas e, hoje, a imunização está liberada para bebês a partir de 6 meses”, comentou Ribeiro.
O estado do Rio de Janeiro tem atualmente 89% da população acima de 12 anos com o esquema inicial completo (duas doses) e, entre os maiores de 60 anos, 50% já receberam o segundo reforço. Na população mais jovem, na faixa dos 18 a 40 anos, a cobertura da dose de reforço está em torno de 20%.