A ação da PF apura possíveis omissões de autoridades públicas quanto aos atos violentos registrados naquele dia, quando houve uma tentativa de golpe de Estado com uso de violência, protagonizado por milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). As imagens do Buriti e os registros da agenda do governador afastado podem ajudar a esclarecer quais os níveis de informações Ibaneis recebeu antes dos atos.
Quatro policiais federais e um promotor de Justiça acompanharam a ação. Entre os objetos apreendidos, estão um notebook, dispositivo para armazenamento de dados e arquivos digitais nos endereços ligados ao governador afastado do Distrito Federal.
Os autos circunstanciados de busca e apreensão, obtidos pela coluna Grande Angular, revelam que os policiais levaram um notebook Samsung e o carregador do cômodo identificado como escritório de Ibaneis, na residência dele, no Lago Sul. O governador afastado não estava em casa porque havia viajado para a fazenda dele.
Já na Ibaneis Advocacia e Consultoria, onde Ibaneis atuava como advogado antes de licenciar-se da profissão para assumir o cargo de governador, a PF apreendeu um SSD de computador (dispositivo semelhante a um HD, que armazena dados) do escritório identificado como do emedebista e dados extraídos da pasta com nome “Ibaneis”, no compartilhamento da rede interna nomeada como “usuários”.
Veja os autos da PF sobre o que foi apreendido nos endereços ligados a Ibaneis:
Busca e Apreensão Escritóri by Metropoles
Busca e Apreensão Casa de I by Metropoles
Segundo fontes da coluna, diferentemente do que ocorreu no caso de Anderson Torres, ocasião em que acharam documento vinculado a um plano de golpe, não foram encontrados, aparentemente, conteúdos similares na casa de Ibaneis. Claro que, no caso dos computadores, apenas a apuração dos dados descartará a hipótese de cometimento de crime.
Na operação feita no escritório de advocacia, a busca e apreensão foi acompanhada por dois representantes da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal (OAB-DF): Thiago da Silva Passos e Newton Rubens de Oliveira.
A PF também cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete do governador, no Palácio do Buriti.
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O pedido de busca e apreensão foi feito pelo Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em nota, a PGR informou que o objetivo da operação é buscar provas a fim de instruir o inquérito instaurado para apurar condutas de autoridades públicas que teriam se omitido na obrigação de impedir os atos violentos registrados em 8 de janeiro, em Brasília.
Moraes afastou Ibaneis Rocha do cargo no dia dos atos terroristas. Na mesma semana, o plenário do Supremo confirmou o afastamento, por maioria dos votos.
O ministro avaliou, na decisão, que “a omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência ficaram demonstradas com a ausência do necessário policiamento, em especial do Comando de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal”.
Ibaneis nega ação ou omissão que teriam contribuído para a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
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