Indicando suposta fraude na concessão da coleta de resíduos sólidos realizada pela Solurb, ação popular pede o bloqueio de R$ 100 milhões de Marquinhos Trad. O processo contra o candidato a governador corre na Justiça desde 23 de setembro.
A ação foi impetrada pelo advogado Enio Martins Murad, ex-secretário do MPC-MS (Ministério Público de Contas de Mato Grosso do Sul), "em face do direcionamento e superfaturamento do contrato, além do pagamento de propina para diversos agentes públicos". Assim, lembra que o contrato de 2012 firmado com a Solurb, foi anulado pelo Decreto 13.027/16, assinado pelo então prefeito Alcides Bernal.
Além do candidato ao Governo do Estado pelo PSD, respondem à ação os Conselheiros do Tribunal de Contas de MS, Ronald Chadid e Osmar Jeronymo, e a CG Solurb Soluções Ambientais SPE Ltda.
Então, a ação destaca que no primeiro ano do mandato como prefeito, Marquinhos Trad editou o decreto nº 13.040/17 após medida liminar do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul). No texto, foi suspenso o decreto de Bernal, firmando novamente o contrato com a Solurb.
"Até hoje o Município de Campo Grande-MS está mantendo e executando um contrato ilícito, superfaturado e que serviu para o evidente locupletamento dos familiares do ex-prefeito bem como de afins daquele alcaide", sustenta o advogado.
Além disso, a ação afirma que houve favorecimento de Nelsinho Trad, irmão do então prefeito da Capital. Enio destaca que Marquinhos "favoreceu seu irmão (beneficiário de cem milhões em propina do contrato com a Solurb) no momento que suspendeu os efeitos do Decreto n. 13.027/2016, retomando os pagamentos ilícitos e superfaturados".
No processo, a ação ainda afirma que houve "recebimento de propina por parte dos Conselheiros para o favorecimento do consórcio CG Solurb". "Esquema Bilionário do Lixo da Capital" é como o advogado denomina as ações.
Então, pede que sejam suspensos os efeitos do decreto de 2017, assinado por Marquinhos. "Bem como todos os atos posteriores, em face do que fora apurado com o pagamento de propina aos Conselheiros do TCE-MS", diz o documento.
Além disso, é solicitada "perícia técnica para verificação dos valores superfaturados de acordo com Sentença Judicial e planilhas apresentadas pelo Ministério Público Estadual". Por fim, o advogado pede bloqueio e indisponibilidade de R$ 100 milhões de Marquinhos Trad e outros requeridos.
O Jornal Midiamax tentou contato com as advogadas que representam Marquinhos Trad por mensagens, devidamente documentadas. Não houve retorno até o fechamento desta matéria. Contudo, o espaço segue aberto para manifestação.
Marquinhos Trad foi denunciado por assédio sexual. Após o primeiro registro feito por uma das vítimas, na Corregedoria da Polícia Civil, outras mulheres procuraram a Deam para fazer denúncias de assédio.
Então, em coletiva no dia 26 de julho, a delegada do caso, Maíra Pacheco, afirmou que a informação de suposto pagamento feito às mulheres para registrarem denúncias não consta no inquérito. Marquinhos foi intimado duas vezes para prestar depoimento sobre as denúncias.
A primeira vez foi em 21 de setembro, quando não compareceu na Deam (Delegacia da Mulher). Ao invés disso, momentos antes do horário marcado — 14 horas — a defesa apresentou documento em que solicitava o adiamento, para data posterior à eleição.
Assim, no dia seguinte (22) o candidato foi intimado novamente, desta vez pela Polícia Civil de Dourados. Marquinhos fazia campanha eleitoral na cidade, não compareceu e alegou estar com a agenda cheia.
No mesmo dia, 22 de setembro, o ex-servidor da Prefeitura de Campo Grande preso preventivamente durante as investigações de assédio sexual que implicam o candidato ao Governo Marquinhos Trad (PSD) se tornou réu.
Então, ele é acusado de levar vítimas e testemunhas até um cartório de Campo Grande, as coagindo a mudar os depoimentos. O preso é dono de prostíbulo e no local foram apreendidos material de campanha dos três candidatos. Além disso, outros objetos como celulares foram apreendidos pela polícia.
Fonte: Midiamax