Segundo o documento, de 62 páginas, todos os eventos têm relação com o acampamento instalado por dois meses em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
Confira os incidentes que antecederam os atos golpistas de 8 de janeiro:
2 de novembro de 2022:
- Registro de ocorrências policiais acerca de vias de fato, ameaça e injúria;
15 de novembro de 2022:
- Hostilização à equipe de reportagem que tentava acompanhar a manifestação ocorrida no local;
22 de novembro de 2022:
- Pichações em diversos prédios da Esplanada dos Ministérios realizadas por integrantes do acampamento;
12 de dezembro de 2022:
- Após a diplomação do presidente e depois da prisão de indígena que integrava o acampamento, ocorreram atos de vandalismo com depredação/incêndio de veículos particulares e ônibus;
21 de dezembro de 2022:
- Agentes da Polícia Federal foram hostilizados no acampamento, sendo necessária a intervenção da Polícia do Exército para garantir a saída dos agentes com segurança;
24 de dezembro de 2022:
- Localização de artefato explosivo na via de acesso ao Aeroporto Internacional de Brasília;
25 de dezembro de 2022:
- Acesso indevido de indígenas à área do STF, transpondo barreiras/gradis instalados. Reclamavam da ausência de informações do indígena preso no dia 12 de dezembro de 2022 e solicitavam providências por parte do STF;
25 de dezembro de 2022:
- Manifestantes tentaram se aproximar da Praça dos Três Poderes. Durante abordagem policial, constatou-se que eles estavam de posse de rádios de transmissão, bolas de gudes e arma branca (faca);
29 de dezembro de 2022:
- Agente de Vigilância Ambiental foi hostilizado no acampamento quando tentava realizar trabalho de combate à dengue. Agentes do DF Legal foram hostilizados e expulsos do acampamento;
30 de dezembro de 2022:
- Hostilização a repórter que tentava realizar cobertura sobre a manifestação na área do acampamento;
7 de janeiro de 2023:
- Ânimos exaltados devido ao impedimento de entrada de veículos no acampamento;
- Bloqueio desfeito por manifestantes;
- Interdição da via N1/Eixo Monumental.
8 de janeiro de 2023:
- Indivíduo portando rojões, máscara, vinagre e estilingue;
- Enfrentamento com as forças de segurança (barreira de revista);
- Agressões físicas dirigidas aos policiais;
- Atos de violência: depredação e invasão das sedes dos três Poderes.
Manifestantes golpistas invadem e destroem o Congresso Nacional
O interventor federal na segurança pública do DF, Ricardo Cappelli, disse que o acampamento era uma “minicidade golpista” e foi o centro de todos os atos antidemocráticos registrados em Brasília entre novembro de 2022 e janeiro de 2023.
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Durante apresentação do relatório, na sexta-feira (27/1), Cappelli informou que todas as ocorrências e os atos de vandalismo registradas na capital federal tiveram sua organização, seu planejamento e seu ponto de apoio no acampamento. “Virou um centro de construção de planos contra a democracia brasileira”, disse.
O documento será apresentado para o Ministério da Justiça, Supremo Tribunal Federal (STF), Ministério Público e demais órgãos interessados.
Veja o relatório na íntegra:
Relatório Final by Metropoles on Scribd
Novas imagens disponibilizadas pela intervenção federal na segurança pública do DF mostram os extremistas derrubando barreiras na Esplanada dos Ministérios. Assista:
Descumprimento de ordens
Cappelli declarou que batalhões da segurança da capital federal não foram acionados para conter o avanço dos extremistas.
“Não houve plano operacional nem ordem de serviço. Não há registro de quantos homens iriam. O que houve, apenas, foi um repasse burocrático, um ofício recebido para algumas unidades pelo Departamento de Operações. Isso é central, quem faz é o Departamento de Operações da Polícia Militar. O chefe em exercício do DOP encaminha burocraticamente esse memorando para algumas unidades. Chamam atenção, então, as duas questões: não houve plano operacional, nem sequer ordem de serviço”, frisou o interventor.
Cappelli também disse que o então comandante-geral da Polícia Militar do DF (PMDF), coronel Fábio Augusto Vieira, “perdeu a capacidade de comando das tropas ao longo do dia 8 de janeiro”.
Fábio Augusto Vieira decidiu atuar pessoalmente contra os extremistas, mas não foi respeitado pelos subordinados. “Fez apelos que foram ignorados e que não foram atendidos”, ressaltou Cappelli.
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