Preso de forma preventiva desde o último dia 20, o lateral-direito, com passagens pelo Barcelona, São Paulo, seleção brasileira, entre outros clubes, Dani Alves nega as acusações. O jogador está em reclusão no presídio Brians 2.
O pedido será transferido para a Audiência de Barcelona, que julgará se aceita ou não o recurso. A defesa da jovem também será notificada e poderá apresentar novas argumentações no prazo de cinco dias, caso assim deseje.
Segundo o jornal El Mundo, a expectativa é que a Justiça acate o pedido da defesa em até 30 dias. O prazo leva em consideração a burocracia para a análise do pedido e os trâmites legais da ação. Dani Alves está preso de forma preventiva pois, segundo juíza Maria Concepción Canton Martín, que analisou o caso, havia risco de que o jogador fugisse da Espanha, já que não tem moradia no país.
Na última sexta-feira, segundo informações do canal de televisão espanhol Antena 3, o advogado Cristóbal Martell, um dos responsáveis pela defesa de Daniel Alves, iria sugerir medidas cautelares para pedir o fim da prisão preventiva do jogador, como por exemplo o uso de uma pulseira eletrônica ou a retirada de seu passaporte, o que evitaria uma possível fuga da Espanha.
CASO DANIEL ALVES
A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.
A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periódico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.
A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d"Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.
Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa "Y Ahora Sonsoles", da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.
No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu o ato sexual, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante.
O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa.