O presidente do PDT e ministro da Previdência, Carlos Lupi, declarou nesta segunda-feira, 30, que vai reunir o Conselho do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para discutir a reforma da Previdência Social, realizada em 2019, no governo de Jair Bolsonaro. “Não posso fazer decreto, memorando, nem portaria para acabar [com a reforma]. Queremos discutir, debater. Que democracia é essa em que se nega debater?”, disse Lupi, durante evento na Força Sindical. “Tudo tem que ser debatido. Não pode ser só debatido como o dinheiro público serve para patrocinar e financiar as grandes empresas. Na hora que o dinheiro público vai para o trabalhador, para o aposentado, é um dinheiro público que é demagogia. Na hora que ele vai para os grandes grupos empresariais, é investimento”, acrescentou. Não foi a primeira vez que o ministro criticou a reforma previdencial. Em sua posse, no último dia 3, ele chamou de “antirreforma” as mudanças estruturais realizadas na gestão Bolsonaro. Sua fala fez a Bolsa de Valores cair 2% e desencadeou a primeira crise no Palácio do Planalto. Tanto é que Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, desautorizou-o. “Não há nenhuma proposta sendo analisada e pensada neste momento para revisão de reforma, seja previdenciária ou outra”, disse o ex-governador da Bahia.
Outro polêmico assunto abordado por Lupi durante o encontro com sindicalistas foi a volta do imposto sindical. A contribuição deixou de ser obrigatória em 2017, no governo de Michel Temer. “Eu, como ministro, fiz a legalização do imposto sindical. Apanhei que nem cigarro na boca de bêbado, mas estou aqui. Por quê? Porque não existe sindicalismo forte sem recursos para ajudar esse sindicalista. Como vai ter protesto se não tem dinheiro para pegar ônibus? Acabe com o sistema patronal que eu topo acabar com o trabalhador. Por que o patronal tem o sistema S, que é imposto, e o trabalhador não pode ter? Sistema capitalista tem que ser igual para todo mundo”, declarou o pedetista, que já havia sido ministro do Trabalho e Emprego nos governos Lula (segundo mandato) e Dilma Rousseff (primeiro mandato).