“Foram muitas questões, todas elas foram respondidas. Explicou sobre tudo que lhe foi perguntado. Por exemplo, a questão do celular, criou-se um mito. Ele estava nos Estados Unidos, com a família, teve a notícia de uma ordem de prisão, precisou se deslocar para driblar a imprensa e não ser mais exposto do que o necessário e desligou o celular. Nessa correria, com troca de aeroporto, foi à Miami, e ainda assim foi fotografado por um passante qualquer. O clima era de desespero, ele estava atormentado, preocupado, então perdeu o celular”, disse em entrevista à CNN, na noite desta quinta-feira (2).
De acordo com Roca, durante o depoimento, Torres disponibilizou à PF o acesso aos arquivos do celular (nuvem) e também a afirmou que pode entregar todos os seus sigilos desde telefônico, bancário ao telemático, que protege a troca de mensagens do celular. Torres colocou também seu passaporte à disposição.
O ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL) está preso desde 14 de janeiro, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A partir do depoimento dele, a Polícia Federal deve ouvir outras pessoas, como ex-funcionários de Torres. No depoimento, ele afirma que o documento, que ficou conhecido como “a minuta do golpe”, foi colocado em suas pastas por assessores do Ministério da Justiça.
Ele teria lido o documento somente em casa e, supostamente, decidido descartá-lo. Segundo Torres, funcionários de sua casa podem ter colocado o papel em cima da estante enquanto arrumavam o local. Este foi o papel localizado pela PF em varredura na casa de Torres.
A tese da defesa é de se fosse para dar um golpe, o documento não estaria na casa dele.
Torres também garante que não houve erro de planejamento no esquema de segurança que não deu certo no dia dos ataques em Brasília, em 8 de janeiro.
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