De acordo com a própria PGR, também participaram da reunião a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, e o coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, Carlos Frederico Santos. O encontro aconteceu após solicitação do próprio Marcos do Val.
“A Procuradoria-Geral da República aguarda que seja concedida vista do inquérito instaurado nesta sexta-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para apurar as notícias objeto das declarações do parlamentar. A manifestação da PGR será feita no momento oportuno e seguindo os critérios legais e prazos processuais”, diz a instituição, em nota.
Nesta semana, noticiou-se que Marcos do Val deu diferentes versões sobre uma reunião ocorrida com Daniel Silveira e Jair Bolsonaro, no dia 7 de dezembro de 2022. Há inconsistências sobre o local do encontro, mas, principalmente, sobre quem teria solicitado sua participação na articulação para gravar clandestinamente Alexandre de Moraes.
Em entrevista à revista Veja, concedida antes da posse da nova legislatura do Senado e Câmara dos Deputados, o senador afirmou ter ouvido diretamente do então presidente detalhes do plano para gravar Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Numa segunda versão, o parlamentar afirma que Bolsonaro teria ficado calado e que coube a Silveira repassar os detalhes o esquema.
Como mostrou um áudio publicado pela revista, Marcos do Val é perguntado se o próprio Bolsonaro pediu para que a gravação ilegal fosse feita.
“Disse, sim. Que o GSI ia me dar o equipamento para poder montar para gravar. Aí eu falei assim, quando eu falei que "mas não vai ser aceito". "Não, o GSI já tá avisado". Quer dizer, já tinha validado a fala comigo. "Eles vão te equipar, botar o equipamento de escuta, de gravação e a sua missão é marcar com o Alexandre e conduzir o assunto até a hora que ele falar que ele, que ele avançou, extrapolou a Constituição, alguma coisa nesse sentido." Aí ele falou "ó, eu derrubo, eu anulo a eleição, o Lula não toma posse, eu continuo na Presidência e prendo o Alexandre de Moraes por conta da fala dele, que ele teria"”, explicou na gravação.
Em live transmitida na madrugada de quinta, Marcos do Val revelou o caso. Na ocasião, ele disse ter ocorrido uma “tentativa de Bolsonaro” de “coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto a ele”.
Veja a cronologia da contradição:
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