A primeira reunião ocorreu ainda na última quarta (1º). A base governista estava confiante para apontar Pastor Daniel de Castro (PP) como presidente e Hermeto (MDB) como relator. Para a oposição, ofereceram a vice-presidência, cargo que foi recusado.
No entendimento de Chico Vigilante (PT) e Fábio Felix (PSol), a posição não tem importância prática dentro da CPI e seria “um bom gesto” à opinião pública que a base ceda um dos dois cargos que pleiteia.
Na quinta (2), uma nova rodada de discussões ocorreu, mas ninguém cedeu. O que ocorreu, na verdade, foi uma radicalização do discurso, pois o PT disse que se não tivesse um cargo melhor na investigação, pediria para sair.
A oposição lembrou ainda que política é feita a partir de acordos e descartou conversas futuras com a base do GDF caso seja escanteada logo no primeiro mês da nova legislatura.
Mais uma reunião, e ambos os lados esperam que seja a última, está marcada para ocorrer a partir das 14h desta terça.
Para o advogado e cientista político Nauê Bernardo Azevedo, a definição de quem será o presidente da CPI pode encaminhar o andamento das investigações.
Caso Daniel de Castro, do partido da governadora em exercício Celina Leão (PP), seja escolhido, a tendência é que a pauta busque eximir o governador Ibaneis Rocha (MDB) de responsabilidades nos atos. “Demonstrar que ele não teve participação em qualquer ação ou omissão que levou aos eventos do dia 8 de janeiro”, diz.
É necessário ponderar, no entanto, se vale a pena perder um membro da oposição na investigação para conseguir controlar a narrativa. “No fim, a base do governador vai ter que entender se a CPI é inevitável e se ela, sendo inevitável, pode ser direcionada para algum lado que não gere estragos imensos”, avalia.
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