O promotor de Justiça Frederico Meinberg disse à coluna Grande Angular que os investidores brasileiros devem pesquisar a origem das corretoras, chamadas de exchanges, antes de começar as operações.
Segundo Meinberg, é comum corretoras de outros países oferecerem serviços no Brasil. O problema é que os clientes submetem-se ao regime jurídico do país de origem da empresa.
“Quer começar a investir? Vamos entender, vamos fazer uma pesquisa. Se o cliente morre e tem um milhão em criptoativos, mas a corretora é estrangeira, o que vai acontecer? É preciso entender o regramento jurídico ao qual a exchange está submetida”, exemplificou.
O promotor disse que o brasileiro especula muito no mercado de criptoativos e, nos últimos anos, tem crescido a busca por esse tipo de investimento. As exchanges são a forma de entrada no sistema.
“A pessoa que entra no econsistema de criptoativos acha que está no modelo de contratação semelhante de banco ou de corretora de ativos tradicionais, mas não é. Centenas de corretoras já quebraram ou foram hackeadas”, afirmou.
Segundo o alerta da Crypto, do MPDFT, uma enorme quantidade de capital foi perdida em razão de golpes ligados aos ativos digitais, que não se resume às pirâmides financeiras.
No ano passado, por exemplo, a corretora de criptomoedas FTX entrou em colapso e ficou com uma dívida de mais de US$ 3,1 bilhões. A empresa pediu falência nos Estados Unidos e abalou a confiança no mundo das moedas digitais.
“Além dos golpes, o "risco corretora" deve ser levado em conta ao se investir neste mercado, especialmente em razão de ele não possuir lei em vigor nem fundo garantidor de crédito. O "risco corretora" está ligado à solidez financeira da exchange, hackeamento de contas, desconhecimento do usuário ao realizar transações, dentre outros”, diz o documento da unidade do MPDFT.
A Crypto orienta que os interessados em investir nas moedas digitais sigam as seguintes recomendações:
Leia o alerta na íntegra:
Alerta Crypto Fev 2023 by Metropoles
A Unidade de Cryptoativos do MPDFT foi criada para auxiliar o trabalho de investigação de diversas promotorias envolvendo as moedas digitais.
O órgão especializado também ajuda em operações de Ministérios Públicos de outras unidades da Federação.
O promotor de Justiça à frente da Unidade de Cryptoativos, Frederico Meinberg, atua há uma década na área.
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