O último registro é de 21 de dezembro do ano passado. Desde o início da pandemia, em março de 2020, os recordes oficiais de dias sem casos fatais foram em setembro e novembro de 2022, com respectivamente 31 dias e 21 dias, sem óbitos.
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Pelo diagnóstico da infectologista Joana D"arc Gonçalves, mestre em medicina tropical pela Universidade de Brasília (UnB), o novo recorde é um motivo para comemoração, mas a situação pode mudar se vacinação não avançar.
“A vacinação trouxe segurança para a volta das atividades sociais. O retorno da vida social é resultado da vacina, mas ainda existe um grupo vulnerável que resiste à imunização e que não completou o esquema vacinal”, disse.
Segundo a infectologista, mais de 50% dos jovens não estão com esquema vacinal completo, por exemplo. E o DF se prepara para volta das aulas e o Carnaval. Ou seja, mais pessoas estarão aglomeradas nos bloquinhos espalhados pelas ruas e em meios de transporte.
Números no DF
O DF tem 2,5 milhões de pessoas vacinadas com a primeira dose e 2,4, com a segunda. O total da população apta a receber o imunizante (com 3 anos ou mais) é de 2,9 milhões.
O número de brasilienses que aderiram à dose de reforço é consideravelmente menor: 1,5 milhão de pessoas vacinadas. Quanto à segunda dose de reforço, 640 mil pessoas foram aos postos em busca da vacina.
Em número percentuais, 89,89% da população vacinável do DF receberam a primeira dose ou dose única. Em relação à segunda dose, a porcentagem cai para 84,91% das pessoas vacinadas.
Mais vacina, mais segurança
“Se a taxas de imunização subirem também teremos mais certeza de um futuro melhor. Só por meio da vacina a gente consegue controlar, eliminar e erradicar determinadas doenças infecciosas como a Covid”, afirmou.
Sem a vacina, aumenta o risco de novas mortes. Para a especialista, que é contrária a obrigatoriedade da vacinação, o governo do DF deve sensibilizar e conscientizar quem ainda não se vacinou.
Segundo Joana, também é preciso facilitar o acesso à vacina para moradores de comunidades carentes. A especialista ressaltou que as investigações epidemiológicas poderão identificar mortes por Covid não registradas no corte temporal da pesquisa.
E a partir de abril, a população fica exposta a uma série de doenças sazonais que podem ser evitadas com outras vacinas. A gripe é a principal virose do período.
Saúde
A Secretaria de Saúde compartilha do panorama traçado pela especialista. Para a pasta, o aumento dos períodos sem mortes durante a pandemia está diretamente ligado à imunização da população.
A pasta também prevê um novo aumento na taxa de transmissão nas próximas semanas. Por isso, pretende reforçar o apelo da conscientização da população sobre a importância da vacinação.
A lista dos pontos de vacinação no DF pode ser acessada neste link.
Crianças desprotegidas.
A pasta não está preocupada apenas com o esquema vacinal contra a Covid. Segundo a Saúde, a população está deixando de se vacinar contra diversas doenças. Há quedas de imunização expressivas entre as crianças. Em 22 anos, a cobertura vacinal de imunizantes previstos no calendário infantil caiu de quase 100% para a casa dos 70% no Distrito Federal.
Doses contra doenças, como poliomielite, hepatite B e febre amarela, estão na lista de vacinas que deixaram de ser procuradas por pais e responsáveis de crianças na região.
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