Você olha para um lado e o sol está se pondo. Você olha para o outro e raios solares 'brotam' do horizonte. Você se pergunta: como? Esse fenômeno confuso e raro de ser visto, chamado de Raios Anticrepusculares, surgiu em Campo Grande, no fim da tarde de quinta-feira (9).
Equipe do Jornal Midiamax flagrou o acontecimento na região Norte da Capital, próximo ao Jardim Montevidéu, no horizonte da BR-163. "Inicialmente eu achei que fazia parte do pôr do sol, já que o horário era pertinente, umas 18h. Só que quando reparamos, essas luzes estavam ao contrário do pôr do sol, do lado em que ele nasce", disse a repórter-fotográfica do Jornal Midiamax, Nathalia Alcântara, que fez o registro.
De acordo com a Cloud Appreciation Society (Sociedade de Valorização da Nuvem, em tradução livre), essas formas são as sombras projetadas por nuvens que se tornaram visíveis pela névoa atmosférica.
Essa névoa pode ser poeira, pólen, poluição ou apenas uma camada sutil de gotículas de água, que espalha a luz do sol o suficiente formar essa obra de arte de raios solares nos céus. É muito comum o aparecimento dos raios crepusculares, que ocorrem na mesma direção do sol, antes dele nasceu ou depois que se põe.
Já os raios anticrepusculares recebem esse nome não porque são contra a saga do romance entre Edward e Bella (protagonistas de Crepúsculo, série de livro da escritora Stephenie Meyer), mas justamente porque acontecem na direção oposta de onde o sol está.
Conforme a sociedade internacional, os raios desse fenômeno parecem convergir para um ponto próximo ao horizonte (como é possível ver nas imagens). "As sombras são, de fato, paralelas e isso é apenas o efeito da perspectiva", diz o texto.
"Ficamos a volta toda para redação tentando imaginar o que poderia ser. E a imaginação foi longe, desde ouro nas fazendas até óvni", conta Nathalia. "Eu achei muito bonito a forma como estava, todos achamos", completa.
Em raras ocasiões, segundo o 'Cloud Society', é possível detectar raios crepusculares e anticrepusculares ao mesmo tempo. O fenômeno dos raios anticrepusculares acontecem com frequência, porém, são quase imperceptíveis.
No caso, como Campo Grande está com a umidade alta e com chuvas todos os dias, as gotículas de água na atmosfera podem ter intensificado o fenômeno, deixando tudo com ar de espetáculo. "Parecia algo mágico e como não tínhamos conhecimento ainda do que era, deixou tudo ainda mais admirável", finaliza a fotógrafa.