Há 4 anos, José descobriu ter chagas no coração, logo a doença se agravou atingindo o esôfago e também os rins. O idoso já realizou vários tratamentos e seus médicos descartaram a possibilidade de transplantes. Assim que foi internado no Sírio-Libanês, a família de José recebeu a triste notícia de que ele não tem mais tanto tempo de vida. Atualmente, ele é tratado pela equipe de suporte de cuidados paliativos do hospital, que tem por objetivo prestar assistência ao paciente incurável oferecendo dignidade e diminuição de sofrimento.
Abelina e José estão juntos há 47 anosO momento do beijo dos noivosA noiva entrou de braços dados com o filho FábioO casal ficou sentado durante a cerimôniaA neta do casal, Giovana Alves, foi a responsável por colocar as alianças nos dedos dos avósAs aliançasO noivoO terno azul foi um pedido de JoséJosé comprimentou todos que viaJosé com a filha SandraJosé estava atento ao que dizia o cerimonialistaJosé BatistaJosè fesz questão de levantar da cadeira de rodas para tirar a fotoAbelina e José BatistaA família se reuniu para prestigiar o casalAlessandra, a filha mais nova do casal, estava vestida de rosaAlgumas pessoas perguntaram se a noiva não iria jogar o buquêA assistente social Tamires Cintia Santos também tem participação na organização da cerimôniaJosé recebia atenção à todo momentoOs convidados usaram mascaraJosé não deixou de comer um pedaço do boloO bolo trazia detalhes delicados0A médica Cristiane Cordeiro conta que em uma das reuniões familiares, que fazem parte do tratamento desse tipo de paciente, perguntou aos parentes de José o que a equipe poderia fazer para deixá-lo feliz. Na ocasião, um dos sete filhos do idoso falou sobre o sonho que o pai tinha de se casar no civil com a parceira de décadas.
“Ele estava preocupado em deixar a esposa desamparada, o que não ia acontecer. Eles já têm 47 anos juntos, sete filhos. São pessoas maravilhosas. Ele teve uma participação super importante aqui em Brasília. Ele veio no início”, revela.
José e Abelina são baianos e vieram para o Distrito Federal na década de 1980. A noiva contou que quando eles “se juntaram” ela tinha apenas 15 anos e desde então, são inseparáveis e construíram uma grande família, composta por sete filhos, 13 netos e um bisneto.
A filha mais nova do casal, Alessandra Alves, 23, afirma que o pai é um exemplo para todos. A jovem lembra que mesmo debilitado, o pai nunca reclama. “Meu pai é um exemplo de força, de homem, de pai , de amigo, porque ele esteve presente em todos os momentos. Não só do meu, mas dos outros filhos, netos. Não porque é meu pai, mas ele é uma pessoa de coração bom”, afirma.
O casamento reuniu uma “força-tarefa” para que tudo saísse perfeito, principalmente para o noivo. Nesse momento, a enfermeira Brenda Moraes se revelou uma cantora, enquanto o porteiro Silvio Cruz tocava violão durante a entrada da noiva.
Depois de renovar os votos, Abelina disse estar se sentindo muito feliz. “Eu estou me sentindo muito bem. Tudo tem o dia certo de Deus. Todos os momentos da minha vida sou eu pedindo para Deus, para Deus curar ele para ele poder ir para casa”, conta.
Luciano Cardoso, de 46 anos, o concierge do hospital, foi um dos principais responsáveis pela estrutura do casamento. Antes de ser o mestre de cerimônia da ocasião, em menos de uma semana ele foi responsável por cuidar da decoração, alianças e doces. “Quando eu levei isso para minha gerência, para os meus gestores, eles abraçaram. Conseguimos a autorização, principalmente para a segurança do paciente. Depois da autorização com nossa médica responsável pelo controle de infecções, aí eu fale: vamos fazer. Juntamos uma equipe para um único propósito”, lembra.
Fábio Alves, o filho número seis do casal, está sempre acompanhando o pai. Para ele, os pais são os melhores que alguém poderia ter. Após a cerimônia, ele disse estar muito grato. “Isso vai trazer um alívio para ele. Era uma vontade que ele tinha, então ele vai dormir mais leve hoje, isso eu tenho certeza”, disse.
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