Estados Unidos, China, Canadá, Colômbia e Uruguai foram alguns dos países que relataram nos últimos dias a presença de óvnis – objetos voadores não identificados – em seu espaço aéreo. Desde que o exército norte-americano derrubou um balão chinês no começo de fevereiro – ação que aumento a tensão entre os dois países- vários outros objetos têm sido vistos nos céus. Em menos de 10 dias, os norte-americanos derrubaram quatro, sendo um deles no Alasca e Yukon, no Canadá – a 160 km da fronteira com os Estados Unidos. Os chineses, por sua vez, informaram que no final de semana a imprensa estatal disse que um objeto voador não identificado foi observado na costa leste do país e que o exército se preparava para derrubar o dispositivo. A Força Aérea da Colômbia informou que o dispositivo foi monitorado até deixar o espaço aéreo nacional. No domingo, 13, o Uruguai que registrou imagens de luzes atípicas no céu das Termas de Almirón, próximo à cidade de Paysandú. Esses últimos objetos que foram vistos possuíam estrutura octogonal da qual pendem cordas. Diante dos constantes ocorridos, fica um questionamento: por que tantos óvnis têm sido avistados? Segundo a subsecretária de Defesa para Segurança Interna, Melissa Dalton, é porque a defesa aérea dos Estados Unidos fez ajustes nos sistemas de radar para ter a capacidade de detectar objetos menores e mais lentos na atmosfera. Analistas dizem que a inteligência dos EUA e do Canadá está constantemente recebendo grandes quantidades de dados brutos e geralmente descartando alguns para se concentrar na ameaça de mísseis que se aproximam, não em objetos que se movem lentamente, como balões. “Agora, é claro, estamos rastreando-os. Então acho que provavelmente encontraremos mais coisas”, disse Jim Himes, o principal representante democrata no Comitê de Inteligência da Câmara baixa, à NBC. Confira o que se sabe sobre esses óvnis:
Qual era o propósito dos óvnis?
Pouco se sabe ainda do propósito dos objetos voadores que tem sido observados, nem mesmo em relação ao balão chinês que foi derrubado. Os EUA garantem que eles tinham fins de espionagem. O secretário de Defesa, Lloyd Austin, afirmou que sua missão era “monitorar locais estratégicos no território dos Estados Unidos continental”. O Pentágono afirmou que o balão tinha uma gôndola do tamanho de três ônibus e pesava mais de uma tonelada, além de estar equipado com várias antenas e painéis solares grandes o suficiente para alimentar vários sensores de coleta de informações. A China, por sua vez, afirma que tinha função meteorológica. A subsecretária de Defesa para Segurança Interna, Melissa Dalton, disse que agências de investigação públicas e privadas lançam os próprios dispositivos na atmosfera a grandes altitudes. Alguns analistas dizem que pode ser o início de um grande esforço de vigilância chinês com o objetivo de examinar as capacidades militares estrangeiras em antecipação a possíveis tensões sobre Taiwan nos próximos anos.
O que foi recuperado?
Os restos do balão chinês estão sob custódia do FBI para análise. As operações para recuperar o segundo objeto continuam no gelo marinho perto de Deadhorse, no Alasca. “As condições climáticas do Ártico, incluindo vento frio, neve e luz diurna limitada” impactam as operações, disseram os militares. Equipes de recuperação, apoiadas por uma aeronave de patrulha canadense CP-140, estão procurando restos do terceiro objeto no Yukon, informou Anand no sábado. O Pentágono observou que o FBI está trabalhando em estreita colaboração com a polícia canadense. O Pentágono afirmou no domingo que equipes americanas e canadenses preparam uma operação para tentar recuperar o quarto objeto. A especulação cresce sobre os outros objetos, mas apesar das acusações dos óvnis pertencerem à China, o Pentágono afirmou que nenhum dos quatro objetos parecia armado ou representava uma ameaça de ataque.
Qual é o impacto nas relações EUA-China?
Os EUA suspenderam a visita de Antony Blinken à China, que tinha a intenção de estabilizar as relações bilaterais, e sancionaram seis entidades chinesas. Pequim denunciou a derrubada do primeiro balão e afirmou que “viola seriamente a prática internacional”, e afirmou que reserva-se o direito de “usar os meios necessários para lidar com situações semelhantes” no futuro. Melissa Dalton acrescentou no domingo que depois que Pequim se recusou a estabelecer uma comunicação por vários dias, as autoridades americanas tiveram “contatos” com a China sobre o balão, mas não detalhou a natureza da conversa. Não houve reação chinesa aos dois últimos dispositivos derrubados.