São quatro atos que fazem referência a espaços importantes para a história da cultura negra na cidade. Um dos pontos de parada será as escadarias do Theatro Municipal, onde, em 1978, foi fundado o Movimento Negro Unificado. Nessa parada, será lido um manifesto artístico e cultural a partir da obra da filósofa e escritora Sulei Carneiro, a homenageada deste ano.
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“A gente enxerga muito a Sueli como esse farol filosófico, de projeto de mundo, que se relaciona intimamente com o Ilu. É um projeto que defende igualdade de gênero, racial, igualdade de oportunidades para as pessoas negras deste país”, explica Pettine sobre como a homenagem se dá na construção do bloco.
A bravura foi fundamental para o Ilu, segundo a coordenadora, durante os três anos em que o bloco teve que ficar fora das ruas devido à pandemia de covid-19. “Esses dois anos de pandemia, com certeza, foram um baque muio grande para todo mundo que trabalha na cultura, não só pela saudade de estar na rua, fazendo arte, oferecendo programação gratuita de qualidade. Mas, também, porque os artistas ficaram sem apoio e espaço para fazer da vida o seu propósito, que é criar e compartilhar com as pessoas”, diz.
O Ilu Obá de Min foi fundado há 18 anos por Beth Beli, Girlei Miranda e Adriana Aragão. Contando, atualmente com cerca de 400 integrantes, o bloco tem como influências diversas manifestações da cultura afrobrasileira, como os tambores de candomblé, o maracatu, o coco, o samba e o baião.
Para o desfile de hoje, o Ilu se concentra às 18h, na Praça da República, e vai em direção ao Largo do Paissandú.
No domingo, a concentração será às 13h, na Rua Conselheiro Brotero, na Santa Cecília, com o cortejo seguindo em direção ao Armazém do Campo, na Alameda Eduardo Prado. Haverá um espaço reservado para as famílias atrás da bateria. “A gente quer que as famílias e as famílias pretas estejam com a gente”, afirma Pettine.