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Putin defende que Ucrânia virou "refém de seus mestres ocidentais"

Por Midia NAS em 21/02/2023 às 07:59:50

O discurso emblemático do chefe do Kremlin ocorre um dia após a visita “surpresa” do presidente norte-americano à Kiev. Nessa segunda-feira (20/2), Joe Biden fez uma viagem não anunciada ao homólogo ucraniano Vladmir Zelensky, e prometeu o envio de mais armamento e um novo pacote de sanções contra a economia russa.

“O povo da Ucrânia se tornou refém do regime de Kiev e de seus senhores ocidentais, que efetivamente ocuparam o país no sentido político, militar e econômico”, disse Putin.

Segundo o líder russo, o governo ucraniano não está focado em temas de interesse nacional, e sim “servindo aos interesses de potências estrangeiras”.

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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerraAnastasia Vlasova/Getty Images

Sob céu nublado, vê-se um prédio do governo e na frente, a estátua do ex-líder soviético Vladimir Lênin, em Moscou, na Rússia - Metrópoles***foto-estatua-lenin-união-soviética-russia

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito Agustavop/ Getty Images

Publicidade do parceiro Metrópoles 1O desenho representa um mapa com a Rússia em foco e nas laterais partes da Europa, Ásia e Oriente Médio - Metrópoles***desenho-mapa-russia-eurasia-conflito

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse localPawel.gaul/ Getty Images

Bandeira da Ucrânia em monumento. Ao fundo vê-se o céu azul - Metrópoles***foto-bandeira-ucrania-em-monumento

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 kmGetty Images

Publicidade do parceiro Metrópoles 2Sob fundo azul com parte da bandeira da China, o presidente russo Vladimir Putin fala em evento. Dois microfones estão posicionados a sua frente - Metrópoles***foto-presidente-russo-vladimir-putin-discursa-bandeira-china

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideiaAndre Borges/Esp. Metrópoles

O castelo do Kremlin, sede do governo russo em Moscou, é mostrado na Praça Vermelha. Está de noite, o céu e fundo azul e o prédio está iluminado - Metrópoles***kremlin-governo-russo-praça-vermelha-moscou-russia-a-noite

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do paísPoca/Getty Images

Publicidade do parceiro Metrópoles 3A imagem mostra a bandeira da Rússia sob ceu com nuvens e um Sol brilhando atrás dessa - Metrópoles***foto-bandeira-russia-ceu-brilhando

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiroKutay Tanir/Getty Images

Em céu azul acinzentado com névoa, dois aviões fazem um rastro de fumaça no ar - Metrópoles***céu-aviões-militares-nevoa-rastro

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta OTAN/Divulgação

Publicidade do parceiro Metrópoles 4De frente, Vladimir Putin fala em evento com fundo acinzentado atrás - Metrópoles***foto-presidente-russo-vladimir-putin-de-frente-fala

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por territórioAFP

A Praça Vermelha com grande movimentação de pessoas de dia. Ao fundo vê-se o Kremlin, sede do governo russo, em Moscou - Metrópoles***foto-kremlin-governo-russo-praça-vermelha-moscou-russia-pessoas

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu territórioElena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images

Publicidade do parceiro Metrópoles 5Na imagem colorida, o castelo de Moscou, na Russia está no fundo e uma pesso de lado e com roupas de frio ocupa o centro da imagem***foto-azulado-praça-vermelha-neve-soldado-kremlin-governo-russo-moscou

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do EstadoWill & Deni McIntyre/ Getty Images

Na imagem colorida, uma industria de gás natural está posicionada no centro da imagem. No chão há neve***russia-ucrania-conflito

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários delesVostok/ Getty Images

Publicidade do parceiro Metrópoles 6Na imagem colorida, uma pessoa segura uma bomba de gadolina***russia-ucrania-conflito

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo Vinícius Schmidt/Metrópoles

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Em discurso no Parlamento russo, Putin reproduziu a retórica que sustenta a ofensiva russa sobre o território vizinho desde o início da guerra, e deixou claro que após um ano de combates, não há perspectiva de um acordo de paz no horizonte. O conflito no leste europeu completa um ano na próxima sexta-feira (24/2).

Segundo ele, o Kremlin fez tudo o que pôde para evitar a guerra, mas a Ucrânia, apoiada pelo Ocidente, planejava atacar a Crimeia — território anexado pela Rússia em 2014.

“Eles pretendem traduzir o conflito local em um confronto global, entendemos assim e reagiremos de acordo”, afirmou o líder russo.

“Agressão econômica”

Vladmir Putin também questionou o pacote de sanções econômicas sem precedentes aplicados por governos ocidentais sobre a Rússia desde o início da guerra, e disse que as nações aliadas da Ucrânia começaram “não apenas uma agressão militar e de informação, mas uma agressão econômica”.

“Mas os iniciadores dessas sanções estão se punindo”, argumentou. “Eles provocaram um aumento de preços em seus próprios países, o fechamento de fábricas, o colapso do setor de energia e estão dizendo a seus cidadãos que a culpa é dos russos”.

Desde o início da guerra, nações da União Europeia (EU), que eram fortemente dependentes da Rússia para a produção de combustíveis a base de petróleo e gás, enfrentaram uma crise energética. O que, por sua vez, gera instabilidade econômica em todo o continente.

O Kremlin é alvo de críticas não apenas da comunidade global, mas enfrenta pressões internas. Putin está sob pressão porque foi surpreendido pela capacidade ucraniana de lutar pelo próprio governo e pela proteção do território. A ofensiva, que supostamente deveria derrubar o governo Zelensky em semanas, se arrasta para o segundo ano de combates causando milhares de vítimas.

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