A vitória foi também a consagração do intérprete oficial da escola, Pitty de Menezes. Ele ganhou seu segundo título, o primeiro no grupo especial. Em 2022 o intérprete ajudou a levar a Estrela do Terceiro Milênio para o grupo especial em São Paulo, com a primeira colocação na segunda divisão do carnaval paulista.
“A gente não fez nem pensando em política, a gente fez tudo com amor, a gente queria ganhar esse campeonato. São 21 anos sem ganhar esse campeonato, não teve política, teve amor que a gente queria colocar nesse chão”, disse ele à CNN.
A vitória da escola foi usada também para reagir às criticas feitas pela influenciadora bolsonarista Antônia Fontenelle após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A polêmica começou quando a blogueira criticou a roupa usada pela primeira dama, Janja, durante a posse de Lula em uma live.
“Aquilo ali, minha gente, é roupa da velha guarda da Imperatriz Leopoldinense, porque é uma escola neutra, água de salsicha, nem cai e nem sobe”, declarou a Youtuber.
Janja chegou até a ser convidada para ser madrinha da Velha Guarda e planejava desfilar com a Imperatriz, mas acabou desistindo de última hora. O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Jorge Perlingeiro, disse à CNN que ainda acredita que o casal possa ir à Sapucaí no desfile das campeãs no próximo sábado (25).
À CNN, o intérprete da escola respondeu às provocações: “A resposta foi dada. Quem falou, ouviu. A resposta é essa daí, é campeonato, e a Janja não veio mas ela estava nos nossos corações”.
“Aquela senhora que falou besteira da nossa imperatriz, da nossa velha guarda. Velha guarda que merece respeito, a Imperatriz merece respeito e a água de salsicha passou aí e é campeã do Carnaval”, completou Menezes.
Em sua conta no Twitter, sem citar a blogueira bolsonarista, Janja comemorou o título: “Parabéns para a minha querida Imperatriz Leopoldinense, campeã do Carnaval Carioca, com um enredo histórico sobre Lampião. Muito grata por ser madrinha da Velha-Guarda da Escola este ano!”, disse ela.
Em sua conta no Instagram, Antônia Fontenelle ainda voltou a falar sobre o assunto quando a escola assumiu a dianteira do carnaval.
“O povo já falando assim: olha se prepara pra pedir o PIX que você vai dar o título pra Imperatriz. Eu não tô querendo polemizar, nada disso, é porque faltando um mês o povo acordou e botou pra quebrar. Realmente, você não acha que eu mereço um PIX, não?”, ironizou a influenciadora.
Ela ainda compartilhou um print de uma conversa no whatsapp em que uma pessoa diz pra ela: “Tu levantou a Janja e uma escola morta”. Em outra mensagem compartilhada por ela a escola é chamada de “defunto”.
A comunidade do Complexo do Alemão, na zona Norte do Rio, também foi homenageada pela escola. Parte dos integrantes da agremiação vem de lá.
O prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD), comentou sobre o assunto nas redes sociais: “Viva o CPX (quem não sabe o que é, se informa) do Alemão! Viva a Imperatriz Leopoldinense! Viva Ramos! Viva o subúrbio carioca! Viva essa fera que é o Leandro Vieira!”, postou ele.
A polêmica nasceu durante a campanha eleitoral, quando, em visita ao Rio de Janeiro, Lula usou um boné com a sigla CPX, usada para identificar complexos de comunidades na cidade. O gesto foi criticado por opositores que tentaram associar a sigla e a região ao tráfico de drogas.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Após título, intérprete da Imperatriz alfineta influenciadora; entenda no site CNN Brasil.