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Guerra da Ucrânia

Ucranianos relatam o que têm feito em um ano de medo e incertezas


A Mariya Yasnyska decidiu ajudar jornalistas logo no começo da guerra e me acompanhou em parte desta cobertura. Ela é professora e conta que a restrição do uso de energia elétrica têm sido um dos principais desafios.

“O que mudou é que nós temos muitos apagões. E isso se tornou muito comum. Podemos ficar sem eletricidade por quatro horas ou por oito horas. E quando não tem eletricidade… sem eletricidade, não tem internet”.

Outro desafio é comprar comida e certos produtos nos preços médios, de antes da guerra. Desde que fábricas ucranianas foram tomadas por russos, os valores têm ficado instáveis.

“Ainda estamos nos adaptando. E precisamos encontrar maneiras de como trabalhar, como continuar trabalhando”. Mas o dia da guerra não sairá da memória de quem estava lá.

“É difícil esquecer um momento como esse. É como se você estivesse em um filme, sabe? Sobre a segunda guerra mundial. E você está vivendo todas as histórias que o seu avô te contou. E você é tão pequeno”, me conta Andriy, marido da Mariya.

Ele trabalha atualmente como tradutor em uma ONG de ajuda humanitária.

Desde o primeiro dia de guerra, ucranianos têm usado o que sabem fazer de melhor para ajudar como podem.

Ainda em março, conheci o Mirsolav na estação central de Lviv. O dentista aguardava uma locomotiva que levaria material cirúrgico a um colega voluntário em Kharkiv, no leste do país. A cidade foi duramente atacada no início da guerra.

Indignado, ele me contou que pessoas estavam ficando sem hospitais e poderiam morrer por falta de remédios.

Um ano depois, a luta de Miroslav em ajudar a salvar vidas continua. Agora, os esforços estão concentrados em angariar recursos pra compra de medicamentos, equipamentos de proteção e o que mais for necessário para ajudar aqueles que foram resgatados e quem segue na batalha.

O dentista já ajudou a organizar seminários para dentistas, que já arrecadaram mais de US$ 30 mil, além de leilões com objetos encontrados na linha de frente, que vão de pedaços de mísseis a bandeiras assinadas pelos soldados. Os lucros são revertidos para ajudar justamente quem está nas linhas de contato.

“Com um pouco da ajuda financeira, compramos carros e alguns desses carros foram levados para a linha de frente, alguns carros foram usados depois para retirar pacientes e também compramos um ônibus grande para organizar banhos quentes para os militares”, diz.

A instabilidade constante da guerra parece não impactar só um compromisso diário: cada um ajuda como pode. São incansáveis tentativas de se adaptar para continuar resistindo que têm surpreendido o mundo. Tudo pra tentar aliviar a dor de vidas e famílias que podem nunca mais ser as mesmas.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ucranianos relatam o que têm feito em um ano de medo e incertezas no site CNN Brasil.

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