O presidente da Colômbia, Gustavo Petro anunciou nesta segunda-feira,27, a saída surpresa dos ministros da Educação, Alejandro Gaviria, da Cultura, Patricia Ariza, e do Esporte, María Isabel Urrutia, em sua primeira crise no gabinete após seis meses no cargo. “Estou grato pelos serviços prestados pelos ministros Alejandro Gaviria, María Isabel Urrutia e Patricia Ariza. Com as suas contribuições ajudaram a enriquecer o debate e a iniciar as mudanças que o país votou”, disse Petro em discurso no qual se referiu às reformas promovidas pelo seu governo, mas não explicou as razões das mudanças. O presidente afirmou que Aurora Vergara, uma socióloga que foi vice-ministra do Ensino Superior, será a nova chefe da Educação, e nomeou Astrid Rodríguez como a nova ministra do Esporte “para que com nova energia possam completar o processo de reforma que foi iniciado”. Petro, entretanto, não disse quem substituirá Ariza como ministro da Cultura, embora a presidência tenha dito que o músico Ignacio Zorro será, por enquanto, o responsável.
Ao que tudo indica, o que desencadeou a crise foi a reforma da saúde que o governo apresentou ao Congresso em meados de fevereiro, da qual Alejandro Gaviria, que foi ministro da Saúde durante sete anos com o presidente Juan Manuel Santos (2010-2018), tem sido um crítico severo. O governo colombiano quer transformar o sistema de saúde para reforçar a atenção primária e também levar os cuidados aos “territórios abandonados”, aquelas comunidades remotas onde o centro de saúde mais próximo fica a várias horas de barco ou por estradas acidentadas. A iniciativa controversa causou discussões profundas no gabinete, e uma das vozes mais críticas foi a de Gaviria, que também teve divergências com a ministra da Saúde, Carolina Corcho, mesmo antes de ambos terem sido nomeados por Petro como ministros.
No sábado passado, Gaviria fez “um convite para assumir a complexidade das reformas sociais”. “Slogans, simplificações excessivas, ideologias radicais e frases ocas contribuem pouco para encontrar soluções”, acrescentou o agora ex-ministro da Educação no Twitter, onde publicou um discurso de graduação feito aos médicos da Universidade dos Andes em 2017, quando era reitor da instituição. Petro assegurou nesta segunda-feira que “este governo de mudança não vai desistir da reforma para melhorar a saúde, as pensões e as condições de trabalho justas para todos os colombianos (…) O objetivo é simples, os modos e os meios são complexos: queremos simplesmente que qualquer pessoa doente seja cuidada e que se evite a doença, que qualquer pessoa idosa tenha um bônus de pensão, que qualquer trabalhador tenha estabilidade no emprego”, enfatizou o presidente.
*Com informações da EFE