O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, posicionou-se de forma crítica política de preços de paridade de importação para combustíveis (PPI). Em sua primeira coletiva de imprensa desde que assumiu o cargo, ele afirmou que a política de preços é uma decisão de governo e que a empresa pratica preços competitivos para garantir sua fatia de mercado. “Não existe bala de prata. O próprio PPI é uma abstração, parece que virou um dogma. Não é necessariamente assim. O mercado brasileiro é diferente. A questão da política de preços do país é uma questão de governo. A Petrobras vai praticar preços competitivos de mercado nacional conforme ela achar que tem que ser, para garantir sua fatia de mercado. Se é o PPI o melhor preço, por acaso, que seja. Mas na maior parte das vezes talvez não seja. O PPI, para a Petrobras, só garante ao concorrente uma posição confortável”, argumentou. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também defende a mudança na política, com Prates chegando a alegar que “o governo atual também não gosta do PPI”. “O governo não acha o PPI adequado como referência nacional para um país autossuficiente em petróleo. E ele pode não gostar. Para mim, tanto faz. Eu estou gerindo uma empresa que vai praticar o melhor preço para ela”, defendeu. Na ocasião, Jean ainda comentou os megadividendos anunciados que serão distribuídos pela empresa, na casa de R$ 29 bilhões. Segundo ele, a Petrobras conta com uma regra escrita de distribuir trimestralmente 60% do lucro de caixa líquido e que a empresa pretende cumprir a regra.
Na ocasião, o presidente da estatal também anunciou que a companhia irá focar suas estratégias futuras em uma transição energética com o objetivo de reduzir progressivamente a pegada de carbono da companhia. Um planejamento estratégico detalhado será apresentados em momento oportuno. “Vamos promover uma transição energética que não deixa ninguém para trás. Não pode deixar na mão a parte mais pobre da pirâmide, enquanto uma minoria fica mais rica. Devemos distribuir riqueza. Vamos investir principalmente em energia eólica e nas off shores. A Petrobras vai desbravar essas opções nos próximos anos de forma responsável e buscando parceiras com os maiores players do setor para implementar a descarbonização das operações e a economia de baixo carbono. A produção de óleo e gás ainda vai ser necessária para promover energia para o planeta. A produção do petróleo não vai desaparecer de uma hora para outra, mas a Petrobras não se furtará de investir em novas fronteiras. Queremos ser protagonistas da economia de baixo carbono”, afirmou.