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Empresa acusada de trabalho análogo à escravidão recusa acordo com MPT

Por Midia NAS em 03/03/2023 às 11:52:40

A Fênix é acusada pelo MPT de manter 207 trabalhadores em situação análoga a escravidão, eles foram resgatados em diligências que aconteceram a partir de 22 de fevereiro. As vítimas estavam em alojamento no município de Bento Gonçalves (RS), na Serra Gaúcha.

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O MPT criou um grupo de trabalho para atuar no caso, com procuradores do Rio Grande do Sul e da Bahia, de onde a maior parte dos trabalhadores vieram. Segundo o órgão, a proposta de acordo não foi aceita porque a empresa não quis reconhecer a ocorrência de trabalho em condições análogas à escravidão.

Apesar disso, o órgão conseguiu garantir o pagamento de verbas rescisórias aos trabalhadores resgatados. As vítimas já foram levadas aos estados de origem.

homem com uniforme do MPT de costas olha pessoas em um ginásioAtuação MPT no Rio Grande do Sul

Trabalhadores resgatados precisaram ser levados a um ginásioDivulgação/MPT

mãos apoiadas na mesa seguram cédulas de dinheiroAtuação MPT no Rio Grande do Sul

Empresa pagou verba rescisória a trabalhadores resgatadosDivulgação/MPT

Publicidade do parceiro Metrópoles 1pessoas ao lado de um ônibusAtuação MPT no Rio Grande do Sul

Trabalhadores embarcando em ônibus, eles foram levados de volta a estados de origem Divulgação/MPT

pessoas em frente a uma mesaAtuação MPT no Rio Grande do Sul

Coletiva de imprensa com autoridades que participaram de operação de resgateDivulgação/MPT

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A situação de exploração acontecia na cadeia de produção de vinhos da Serra Gaúcha, se beneficiaram do trabalho escravo as produtoras de vinho Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi, gigantes do setor.

“A situação verificada acende um alerta sobre a necessidade de atuação focada em toda a cadeia produtiva da uva, que todo ano atrai para a serra gaúcha diversos trabalhadores em busca de emprego e melhoria de condição de vida. No entanto, nem sempre é isso que ocorre, como visto durante a operação deflagrada”, disse a procuradora Franciele D"Ambros.

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Agressões, refeição estragada e jornada exaustiva

Depoimentos de pessoas resgatadas relatam uma rotina de agressões físicas, falta de condições de higiene, comidas estragadas e jornadas exaustivas de trabalho.

Segundo três dos trabalhadores, após a colheita das uvas, eles eram recebidos no alojamento por seguranças do chefe da empresa que os agrediam com mordidas, choques, socos e enforcamentos. Eles assinaram contrato para trabalhar durante 45 dias, com jornada diária de 15 horas, por um valor de R$ 3 mil. O montante nunca foi pago.

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alojamentoAlojamento de resgatados no RS

Alojamento de trabalhadores resgatados no Rio Grande do SulDivulgação/MPT

alojamentoAlojamento de resgatados no RS

Dormitório de trabalhadores explorados no Rio Grande do Sul Divulgação/MPT

Publicidade do parceiro Metrópoles 1alojamentoAlojamento de resgatados no RS

Alojamento onde ficavam os resgatados Divulgação/MPT

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O dono da empresa operava um pequeno mercado dentro da vinícola, onde vendia itens básicos aos trabalhadores. Em posse de R$ 400, dado pelo empregador, os homens poderiam comprar no local. O valor dos produtos, contudo, estava muito acima do preço normal de mercado. Para ilustrar, um pacote de biscoito de água e sal era vendido a R$ 15.

No que diz respeito à higiene, o alojamento tinha quatro privadas para mais de 200 trabalhadores. Os quartos eram compostos por beliches amontoados e não recebiam qualquer tipo de limpeza ou manutenção.

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