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Museus, MST e Doria: bolsonaristas se queixam das ações de Tarcísio

Por Midia NAS em 14/03/2023 às 02:47:53

A participação de Tarcísio em um almoço do Grupo Lide nesta segunda-feira (13/3), que teve troca de afagos entre ele e o ex-governador João Doria, foi o mais recente episódio de uma série que tem gerado desconforto na base bolsonarista que reside em São Paulo.

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Desafeto de Bolsonaro, padrinho político do atual governador, Doria é fundador do Lide e esteve ao lado de Tarcísio durante todo o evento, inclusive enquanto o ex-ministro bolsonarista concedia entrevista à imprensa. Além do almoço desta segunda, Tarcísio também deve participar de um evento do Lide marcado para abril, em Londres.

Tarcísio e Doria
O governador Tarcísio de Freitas (c) e o ex-governador João Doria

Museu LGBT

A ala bolsonarista que fez campanha por Tarcísio em 2022 se surpreendeu com a retomada do projeto de levar o Museu da Diversidade Sexual, chamado de Museu LGBT, para um casarão na Avenida Paulista. Atualmente, o museu fica na estação República do metrô, no centro de São Paulo.

Com isso, Tarcísio dá continuidade a uma ação que teve início no governo Geraldo Alckmin (PSB), atual vice-presidente da República, mas que havia sido travada nas gestões de Doria e de Rodrigo Garcia (PSDB).

Museu da Vacina

A inauguração do Museu da Vacina, no Instituto Butantan, na semana passada, foi mais uma ação mal vista pelos bolsonaristas, muitos deles contrários à vacinação contra a Covid-19. Durante o evento, o governador anunciou repasse de R$ 46 milhões para os municípios do estado ampliarem a cobertura vacinal, posou com uma seringa gigante da Coronavac, o imunizante atacado por Bolsonaro, e disse que “sempre” acreditou na vacina.

Feira do MST

Outra decisão mal digerida pela base bolsonarista foi a autorização dada por Tarcísio para a retomada da tradicional feira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) no parque da Água Branca, zona oeste da capital. O evento foi vetado por Doria há quatro anos e não foi realizado nos últimos três por causa da pandemia.

Os aliados bolsonaristas disseram que o grupo só se conteve até o momento por se tratar de Tarcísio. “Se fosse o Doria que tivesse feito isso tudo a gente estaria metralhando ele nas redes sociais”, admitiu um deputado bolsonarista do PL, sob reserva.

Escanteados

O descontentamento bolsonarista se agrava por causa da falta de cargos nos primeiros escalões do governo Tarcísio, que conferiu mais espaço a aliados do secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), articulador político do governador, do que ao chamado “bolsonarismo raiz”.

A queixa se estende à falta de prestígio na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Por influência de Kassab, Tarcísio optou por perfis mais moderados para os cargos de presidente e líder de governo na Casa, em detrimento de deputados bolsonaristas que o apoiaram desde o início da campanha.

André do Prado (PL), afilhado político de Valdemar Costa Neto, foi o escolhido para presidir a Assembleia em um acordo com o Tarcísio — ele é o favorito para vencer a eleição nesta quarta-feira (15/3). Já o deputado Jorge Wilson (Republicanos), conhecido como “Xerife do Consumidor”, será o líder do governo. Os dois possuem bom trânsito entre os partidos, inclusive com os de esquerda, e nenhum deles é identificado com o “bolsonarismo raiz”.

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