– A equipe esteve concentrada, unida, não deixou o adversário contra-atacar, ter bolas paradas. Fizeram o jogo deles, mas teve um sentido único e um jogador que fez toda a diferença, porque poderia ter sido três ou quatro a zero. Parece que ele (Jefferson) atraía a bola, ia nele. Acabamos conquistando a vaga com justiça – destacou o técnico.
Abel falou bastante sobre o favoritismo da final, já que o Verdão será o único grande na disputa. A decisão será contra Água Santa ou Red Bull Bragantino, que se enfrentam na segunda-feira.
– Sou eu que os treino, eu que tenho informações que vocês não têm. Já vi Dudu jogar muitas vezes pela direita, o Breno também, assim como na esquerda. Entendi que nesse jogo, e por tudo que o Breno tem feito, um jogador com pouco tempo e muito rendimento, na lesão do Bruno deveríamos passar o Dudu para a direta, para ter a combinação Dudu-Rocha-Menino, que já fizemos várias vezes. Podemos começar com os pontas com os pés trocados e em função do jogo trocar no meio. E dar uma oportunidade a Breno porque merece.
– Nós já temos dois anos e meio de trabalho, temos uma ideia muito sólida de jogo. Essa semana foi longa, todos treinam misturados, não diferencio os titulares, cada um tem uma função, cada função tem uma responsabilidade. Assim como o Mayke jogando na ponta, mesmo sendo um lateral que vai atacar menos que o Dudu e defender mais, ele sabe o que fazer naquela função.
– Aqui há um sentimento misto, de alegria e satisfação por ver nossos jogadores valorizados e na Seleção, isso é fruto de um trabalho coletivo da comissão, do estafe, alguns do estafe também foram chamados, como nosso chefe do núcleo de performance. E há o outro lado, que é negativo, não ter eles aqui para seguir aprimorando, perceber que tipo de treino vão ter na Seleção, ou seja, passam de uma semana conosco, controlando o treino, intensidade, e agora sai das nossas mãos, vão para outro contexto. Claro que me preocupa, e vou receber todas as informações do que fizeram nas seleções para quando voltarem poder ajustar rapidamente para estar preparados para a final. Eu gosto, porque valoriza a gente, valoriza os jogadores, que querem ir, valoriza a equipe técnica, o estafe, o clube. Mas eu gostaria de ter eles aqui para treinar. Vamos ter que viver com isso, é fruto do trabalho deles.
– Sempre digo para os jogadores: se vocês querem dar um passo a frente, querem melhorar seus contratos, continuar no Palmeiras, não podem apoiar as costas quando sentam na cadeira. O que a gente fez, nos dá responsabilidades. Não tenho noção nenhuma da dimensão do que fazemos. Minha preocupação é descansar e trabalhar, é a minha mentalidade. Hoje faleceu uma pessoa portuguesa, um grande empreendedor, grande homem, Rui Nabeiro, que do nada transformou um império. É nisso que acredito, nas pessoas que têm sonhos, trabalham e se dedicam. Eu nunca estou satisfeito, procuro sempre melhorar, sei que não sou o melhor, os adversários estão preparados para nos derrotar. Digo aos jogadores: quando relaxarem, baixarem a guarda, e vai acontecer, não somos invencíveis. Espero só que não aconteça muitas vezes, porque se acontecer, o treinador vai embora, aqui vocês sabem como é, faz parte da minha vida, quando não tiver resultados vou embora.
– Isso é um mantra que se usa muito no futebol e na vida. Às vezes estamos em casa e temos discussões com nossos pais, filhos, nossa namorada, esposa, é preciso ter cabeça fria, calma, e coração quente, porque amamos a pessoa. Às vezes as emoções tomam conta de nós, não quer dizer que eu seja aquele comportamento, mas naquele contexto, naquele momento. Ontem estava vendo o Alcaraz, entrando sem emoções, sem emoções. Estava falhando no primeiro set e o treinador dizia “sem emoções, sem emoções”. É verdade, às vezes elas tomam conta de nós, e nesse nível temos que aprender, é algo que estou fazendo, porque passo isso muito bem para meus jogadores e eu ainda vivo muito como um jogador, e tenho que entender que essa parte tem que ser mais cabeça fria. Coração quente sou há muitos anos.
– Fico triste quando vejo nossa torcida ser tão crítica com três ou quatro, sendo que outros jogadores cometem os mesmos erros e não são tão criticados. Eu sei que faz parte, mas o que digo é, quanto mais unidos estivermos, mais temidos nós seremos. Eu sei quanta qualidade eles têm. Mas isso tem que ser virado por eles, como foi o Tabata. Um erro pode virar um aplauso. É como na vida particular, se eu estou na fossa e vem um e me empurra mais? Não, precisa de uma palavra mágica. A gente tem que entender, o torcedor é exigente, e eles têm que superar isso, passar pelo que passou o Rony, o Veiga. Eu já vi vídeos deles sendo criticados, não estava aqui, mas eles conseguiram dar a volta ao contexto. Sofreram, aguentaram e passaram por essas críticas. Estou falando do Rony, Zé, Luan O futebol é assim, tem que estar preparado, mas ajuda quando vem uma boa palavra de fora.
– Primeiro, ter homens de caráter, que possa treinar. Segundo, gente de qualidade, qualificada, no grupo. Terceiro, o grupo ter um Norte, saber onde está, onde quer ir, que no caminho terão críticas, mas não desviar um milímetro do que quer. E por isso me identifiquei tanto com o clube. Temos, modéstia à parte, uma comissão técnica competente, um grupo muito bem organizado com ideias muito claras do que quer no presente e no futuro, e temos gente competente em todas as áreas, da psicologia à nutrição, da fisiologia ao núcleo de performance, não é por acaso que um deles foi à Seleção.
– Ele queria continuar, pediu uma pomada, um comprimido, mas eu disse que não, estava fora. Jogador comigo tem que estar a 100%, 70% não dá. Foi muscular, não sei a gravidade. Presumo que, por termos tirado cedo, não seja muito grave. Mas, se for preciso, tem o Rony, tem o Giovani, tem o Mayke, todos podem jogar ali. Não é uma posição que me preocupa muito. Tem ainda os garotos da base que estão integrados, o Kevin e o Luis Guilherme. Temos bons jogadores na ponta. Tabata entrou bem, queria dar continuidade para ele, infelizmente temos que aceitar isso, continuar a recuperação. Felizmente temos um elenco enxuto, que permite que todos tenham ambição de querer jogar, e felizmente temos jogadores que fazem mais de uma posição. Luan pode ser zagueiro ou volante, Mayke pode ser lateral ou ponta. E quando as coisas correm mal e temos essas alterações dizem que estamos inventando, mas fazemos isso nos treinos. Não preciso de 32 jogadores.
–Nós acreditamos muito nos jogadores que temos. Se conseguirmos contratar jogadores que podem nos ajudar, sem margem de dúvidas para ninguém, tudo bem. Se não, vamos seguir a política do clube, dar oportunidades aos nossos jogadores e testar nossos limites mais uma vez. O que acho que vai acontecer é dor de crescimento. Temos uma base de jogadores experientes, vocês são inteligentes como eu e entendem isso. E temos uma base de jogadores jovens, com desejo muito grande de triunfar. Vamos nos colocar à prova.