Mato Grosso do Sul e mais sete estados do País estão com a expectativa de registrarem neste temporada da safra um recorde na produção do grão, segundo apontou o Rally da Safra nesta terça-feira (21). A estimativa para MS é que sejam contabilizadas 62,6 sacas por hectare.
No cenário geral dos pesquisadores, todos os estados do Centro-Oeste, apesar da irregularidade climática observada durante todo o ciclo, com períodos de veranico (calor e estiagem) no desenvolvimento e chuva em excesso na colheita, as produtividades são consideradas boas.
Ainda com diversos problemas climáticos enfrentados, o Brasil registra área plantada de 43,7 milhões de hectares e deverá colher uma safra de soja de 155 milhões de toneladas, segundo a Agroconsult, organizadora do Rally. A safra 22/23 foi a terceira consecutiva sob influência do La Niña, causando irregularidades climáticas em vários estados em diferentes momentos da temporada.
O estudo citou que este é um crescimento de 20% sobre 21/22 e de aproximadamente 1,6 milhão de toneladas em relação aos números divulgados em janeiro no pré-Rally. A expedição técnica encerrou a etapa de avaliação de soja. Desde o início de janeiro, os técnicos da expedição percorreram mais de 40 mil quilômetros, avaliando 1.050 lavouras em 12 estados.
“Esta é a safra com o maior número de estados alcançando recordes de produtividade, fruto dos investimentos dos produtores em biotecnologia, fertilidade de solo e manejo”, afirma o coordenador do Rally, André Debastiani. Além de Mato Grosso do Sul, também terão a produção recorde Santa Catarina, Mato Grosso, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, São Paulo e Rondônia.
A produtividade média brasileira atinge 59,1 sacas/hectare, abaixo ainda do melhor resultado alcançado de 59,4 sacas por hectare na safra 20/21. Para Debastiani, o maior desafio dos produtores está sendo realizar a colheita numa janela mais tardia e curta devido ao alongamento do ciclo das lavouras, que ocorreu em praticamente todas as regiões.
“Isso concentrou a colheita no período de excesso de chuvas”, esclarece. A partir de agora, a atenção está voltada ao escoamento da produção, num cenário de comercialização atrasada que deverá trazer dificuldades à infraestrutura de exportação.