Costa, no entanto, preferiu dissociar as duas ações. “Ele [Campos Neto] não precisa de um novo marco fiscal. Me desculpe, não precisa”, afirmou o ministro da Casa Civil, frisando que a inflação já caiu desde que o BC elevou a Selic para 13,75% e que o Brasil hoje tem uma das maiores taxas reais de juros no mundo.
“O que justifica estarmos com a mesma dose de remédio? [O país] estava com uma febre de 40°, hoje está com um estado febril de 36,7°”, comparou.
Em seguida, Costa mencionou as restrições impostas pela Lei das Estatais para a nomeação de políticos ou dirigentes partidários e citou o voto do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra a atual quarentena imposta pela legislação. O ministrou passou, então, a alternar comentários sobre a Lei das Estatais e sobre a independência do BC.
“Toda vez que se fala em instituição pública independente, a gente tem que se perguntar: independente do quê e de quem?”, questionou. “Nos países em que se adota isso, é levado ao pé da letra: independente do governo e independente do mercado.”
Costa disse ver casos em que executivos saem de um banco comercial e, “às vezes no intervalo de um único dia”, assumem uma função de diretoria no BC. “Isso não é natural, não é correto”, afirmou.
Ele preferiu não responder se falava especificamente de Campos Neto e voltou a comentar o caso da Lei das Estatais. “Todo mundo acha natural, mas um ex-governador assumir cargo público, em direção de estatal, aí não pode?”, acrescentou.
Apesar do questionamento do ministro, diretores do BC são sabatinados pelo Senado Federal e precisam ter suas indicações — feitas pelo presidente da República — aprovadas pelos senadores em plenário.
Costa não confirmou, nem desmentiu, os nomes de Rodolfo Fróes e Rodrigo Monteiro para as duas vagas abertas atualmente na diretoria do BC. Só disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “recebeu e ratificou” os nomes sugeridos por Haddad.
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