A segurança nuclear da usina de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, encontra-se em “estado precário”, alertou nesta quarta-feira, 22, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi. “A última linha elétrica de emergência” da usina, danificada desde 1º de março, permanece “desconectada e em reparos”, alertou em um comunicado. Esta linha garante a segurança nuclear da usina por meio do resfriamento de seus reatores. A usina depende há três semanas da eletricidade fornecida por uma única linha externa de 750 kV, e “qualquer dano (à linha) causará a perda total do fornecimento de energia à usina”. “A segurança nuclear na usina continua sendo precária”, indicou Grossi. “Peço mais uma vez a todas as partes que se comprometam em garantir a segurança nuclear e a proteção do planeta”. Em 9 de março, a gigantesca usina, ocupada pelo exército russo, ficou desconectada da rede elétrica ucraniana por 11 horas após um ataque russo. Geradores a diesel foram ligados para fornecer o mínimo de energia aos sistemas de segurança, segundo a empresa estatal de energia atômica Energoatom, que alertou para o risco de um acidente nuclear. “Estamos brincando com fogo”, alertou Grossi. O alto representante da União Europeia, Josep Borrell, concordou: “é uma violação grave da segurança nuclear provocada pela Rússia (…) Zaporizhzhia é a maior usina nuclear da Europa e a Rússia está colocando em perigo a segurança de todo o continente europeu”. Sem a eletricidade desses geradores, o superaquecimento do combustível do reator pode levar a um acidente nuclear, cenário semelhante ao da usina de Fukushima, no Japão, em 2011.
*Com informações do Estadão Conteúdo