A equipe anunciou que Bruno chegaria por empréstimo e que vestiria as cores do time na Série B2, o equivalente à quarta divisão do Campeonato Carioca. Porém, o a Folha de S.Paulo apurou que há muita rejeição no município. O clima na cidade é de consternação e revolta por causa da chegada dele.
Outro fator que assusta muito os moradores é que as crianças adoram futebol e acabam por ter os jogadores como ídolos. As mães locais temem que os jovens comecem a se espelhar em Bruno sem ter a dimensão do crime que ele cometeu em 2010. Ter um condenado por homicídio circulando e trabalhando livremente pela cidade representa uma afronta segundo alguns locais.
Um abaixo-assinado para que o atleta seja excluído da equipe também começou a circular na manhã desta quinta (6) pela região e será entregue à Prefeitura.
Na manifestação desta sexta, os grupos pedirão por mais políticas públicas para combate ao machismo e à violência, além da imediata expulsão do goleiro do time, que "representa uma negligência e desrespeito com a vida de todos nós".
A cidade teve ao menos cinco casos de feminicídio em 2022 e os mesmos movimentos que agora repudiam a chegada de Bruno já haviam ido às ruas para protestar. Dentre eles o caso de Pâmela Santos, jovem de 26 anos cujo corpo foi encontrado na Lagoa da Ferradura após oito dias de busca. Um homem, ex-companheiro, foi preso.
Além disso, Búzios é a cidade cenário de um dos mais célebres casos de feminicídio da história do pais, o crime na Praia dos Ossos, no qual o ex-playboy Raul Fernando Doca Street matou a socialite mineira Ângela Diniz, em 1976, com quatro tiros no rosto.
Procurado pela Folha de S.Paulo, o presidente da Sociedade Esportiva Búzios, Renato Matos, não respondeu. Mas anteriormente, no dia do anúncio oficial, ele tinha dito que havia rejeição ao goleiro na cidade, "mas gente apoiando também".