Usina Angra 1 é autuada por não ter informado vazamento de água radioativa em 2022
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Em setembro de 2022, o Ibama recebeu denúncias sobre vazamento de água contaminada de um dos sistemas de Angra I, enviando uma equipe de Emergências Ambientais para inspecionar o local.
Entretanto, a vistoria não confirmou o vazamento, mas foi determinado que a companhia fornecesse informações sobre a ocorrência.
A CNEN disse que foi informada da situação pelo Ibama e pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) no dia 30 de setembro de 2022. Assim, a equipe residente na usina coletou amostras do local, que indicaram “a presença de radionuclídeos artificiais em níveis que não representavam qualquer risco à população e/ou ao meio ambiente”.
Segundo o Ibama, após a conclusão da análise dos relatórios apresentados pela Eletronuclear e pelo CNEN, no fim de fevereiro de 2023, a empresa foi autuada.
“Os documentos permitiram confirmar o vazamento, que teria sido provocado por “degradação (corrosão) do sistema de contenção de vazamentos”, relata o Ibama.
Ainda assim, a autoridade ambiental ressalta que ações de proteção e controle foram tomadas e que “nenhum limite de controle radiológico foi violado”, indicando que o fato não causaria dano à saúde da população no entorno da usina. O CNEN também reforçou que não foi identificado risco à população ou ao meio ambiente.
Ainda segundo o Ibama, foi descumprido um dispositivo que determina que “os acidentes ambientais deverão ser comunicados via Sistema Nacional de Emergências Ambientais – SIEMA, imediatamente após o ocorrido”.
O MPF questiona a postura da empresa e aponta evidências de que teria havido tentativa de esconder o vazamento.
Segundo o procurador da República Aldo de Campos Costa, autor da ação, “a ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal é um importante passo para assegurar às comunidades afetadas pelo acidente nuclear o direito de expressar preocupações e fazer perguntas.”
O que diz a Eletronuclear
Segundo a Eletronuclear, no dia 16 de setembro foi feita “liberação não programada de um pequeno volume de água contendo substâncias de baixo teor de radioatividade”.
Porém, de acordo a companhia, os valores da liberação estariam abaixo dos limites para ser considerada um acidente, seguindo a legislação. Assim, o caso foi tratado como um “incidente operacional”, informado nos relatórios regulares previstos.
A empresa ressaltou ainda que intensificou por conta própria e, depois, por demanda do Ibama, monitoração radiológica no local de despejo das águas fluviais “sem encontrar nenhum resultado significativo”.
Por fim, a Eletronuclear disse que respeita a avaliação dos técnicos do Ibama, ms que vai recorrer da decisão, entendendo que cumpriu o que é determinado pela legislação.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Usina Angra 1 é autuada por não ter informado vazamento de água radioativa em 2022 no site CNN Brasil.