Quase sempre atrelados a alunos e ex-alunos de colégios, os atentados deixaram vítimas não apenas em São Paulo, mas também em estados como Espírito Santo, Ceará, Goiás e Rio de Janeiro.
De acordo com levantamento divulgado pelo Instituto Sou Paz em novembro de 2022, o Brasil registrou 12 ataques em escolas nos últimos 20 anos. Os atentados provocaram a morte de 33 pessoas e deixaram mais 62 feridas. O estudo não considerou as ocorrências de Ipaussu (SP), em 14 de dezembro do ano passado, e o incidente desta segunda.
A pesquisa apontou, ainda, que na maioria dos casos os agressores portavam uma arma de fogo ou uma faca. O estudo também constatou um histórico de bullying envolvendo os adolescentes que cometeram os atentados.
Relembre abaixo os principais episódios de violência dentro das escolas brasileiras nos últimos anos, dos mais recentes para os mais antigos:
Um ex-estudante de 22 anos invadiu a escola Professor Júlio Mastrodomênico, em Ipaussu (SP), em uma noite de uma quarta-feira, no dia 14 de dezembro de 2022. Durante o ataque, o jovem feriu duas professoras com golpes de faca e ainda manteve um professor refém. Uma das vítimas foi internada em estado grave.
Após ser preso, ele alegou que foi vítima de bullying em uma outra escola da região quando tinha 12 anos. Ele havia decidido se vingar da diretora da instituição, agora à frente da Professor Júlio Mastrodomênico, mas ela não estava no prédio.
Um adolescente de 16 anos matou quatro pessoas após invadir duas escolas em Aracruz (ES), com um símbolo nazista que despontava em um dos seus braços. O caso foi registrado em 25 de novembro de 2022.
O agressor portava duas armas, uma pistola .40 e um revólver 38, ambas do pai, um policial militar. Entre as vítimas, estavam três professoras da instituição e uma aluna de 12 anos.
Em Sobral (CE), a Escola Professora Carmosina Ferreira Gomes foi alvo de um ataque que deixou duas pessoas feridas e matou um adolescente de 15 anos. O caso aconteceu em outubro do ano passado.
O responsável pelos assassinatos, também um jovem de 15 anos, utilizou uma arma que estava registrada no nome de um CAC, isto é, um colecionador, atirador desportivo ou caçador.
Inquérito policial apontou que o rapaz, aluno da instituição, realizou um único disparo não intencional, quando a arma ainda estava dentro da mochila. De acordo com os depoimentos que constam no processo que investigou o caso, o adolescente era alvo de bullying e tinha levado a arma para a escola para se proteger.
Dez pessoas foram mortas durante ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), em março de 2019. O caso ficou conhecido como “Massacre de Suzano”. Entre as vítimas que morreram no dia, estão os dois atiradores que coordenaram os assassinatos. Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, atirou e matou o comparsa Luiz Henrique de Castro, 25, e cometeu suicídio, ainda dentro da escola. Ambos eram ex-alunos da instituição.
De acordo com investigações posteriores em sites e grupos da deep web, uma parte da internet cercada de conteúdos proibidos, a polícia constatou que os dois tentavam imitar o massacre da escola de Columbine, no estado americano do Colorado, em 1999. Na ocasião, dois alunos assassinaram 13 pessoas e feriram 24.
No dia 20 de outubro de 2017, um adolescente de 14 anos atirou e matou dois colegas, dentro de uma sala de aula do Colégio Goyases, em Goiânia (GO). Outras quatro pessoas ficaram feridas no caso. Mais uma vez, a arma do crime pertencia à mãe do agressor, uma polícia militar, e foi levada à escola para que o rapaz revidasse do bullying que sofria.
Em abril de 2011, a Escola Municipal Tasso de Silveira foi palco de um dos maiores massacres escolares presenciados no Brasil. O ataque, cometido por um ex-aluno de 23 anos, deixou 12 adolescentes mortos. Eles tinham entre 13 e 15 anos.
Wellington Menezes de Oliveira, então com 23 anos, invadiu duas salas de aula do prédio e atirou contra as vítimas com dois revólveres. Ele foi atingido na barriga por um dos policiais no local, mas morreu após dar um tiro na própria cabeça.
Uma carta escrita por Wellington antes de realizar o massacre foi encontrada pela polícia. Nela, o autor já apontava que cometeria suicídio após a tragédia.
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