As autoridades marítimas britânicas estimam que cerca de 200 barris com fluido proveniente do oleoduto de Wytch Farm, gerido pela empresa Perenco, foram derramados no Porto de Poole, na região de Dorset. O incidente ocorreu no domingo (26) e as operações de limpeza já começaram.
Em comunicado citado pela BBC, os comissários que regulam as atividades marítimas no Porto de Poole consideraram o derramamento um “grave e inaceitável incidente” ambiental para a zona costeira, apesar de a Perenco ter alegado não existir "qualquer risco" de derramar mais óleo e que a mancha "já se estava se dispersando".
Os comissários estimam que um volume correspondente "a 200 barris de fluido com 160 litros cada vazou nas águas do Porto de Poole, na baía de Owers”.
A unidade britânica da petrolífera anglo-francesa Perenco, responsável pelo ocorrido, garante que o fluido que vazou do oleoduto “constitui uma pequena quantidade e é composto 85% de água e 15% de óleo”.
A empresa disse ainda que o oleoduto foi fechado e que foram colocadas barreiras em ambos os lados para conter o vazamento e deu garantias de que irá investigar o desastre. “Qualquer vazamento é um assunto extremamente sério e vai ser feita uma investigação detalhada para determinar o que aconteceu em Poole Harbour”, declarou em comunicado Franck Dy, gerente da Wytch Farm da Perenco UK.
O derramamento aconteceu nas instalações da Wytch Farm em Purbecks, um dos maiores campos de petróleo em terra no continente europeu. A instalação, adquirida pela Perenco em 2011, era anteriormente operada pela BP e produz cerca de 14 mil barris por dia.
Jim Stewart, comissário do Porto de Poole, informou que "o porto ativou o plano de resposta a derrames de óleo e está trabalhando com várias organizações (...). Aconselhamos o público a não nadar em Poole Harbour ou arredores até novo aviso”, alertou.
Grupos ambientalistas falam em um "impacto devastador" em Poole, o maior porto natural da Europa e um local de conservação da natureza.
Alice Harrison, líder da campanha contra os combustíveis fósseis de Global Witness, argumenta que, "embora a extensão dos danos ainda seja desconhecida, não há dúvida de que um grande derrame como este terá um impacto devastador na população local e no meio ambiente de Dorset".
Brian Bleese, chefe executivo do Dorset Wildlife Trust, também comentou o vazamento: “é uma grande preocupação para nós porque é uma área muito especial para a vida selvagem”.
Bleese explicou que muitas aves marinhas se contaminaram com o óleo proveniente do acidente, um dado apoiado por relatórios transmitidos em grupos de trabalho.
Os animais na área incluem o robalo e áreas de reprodução para as duas únicas espécies de cavalos-marinhos no Reino Unido: o cavalo-marinho de focinho curto e o de focinho longo.
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