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Presidente da CVM levanta suspeitas sobre remuneração de ex-CEO da Americanas

Por Midia NAS em 28/03/2023 às 21:26:27

O modelo de prestação de serviço e remuneração, assim como a linha do tempo e prestação de informações, afirmou Nascimento, serão analisados pela autarquia.

Nascimento enfatizou que a CVM não havia recebido nenhuma denúncia sobre a Americanas até 11 de janeiro, quando Rial – então com nove dias no cargo e já demissionário – informou que a companhia tinha inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões.

Ele completou informando que ainda não se pode dizer qual será a punição aos envolvidos, mas disse: “As sanções pecuniárias a envolvidos na Americanas poderá ser bastante substancioso”.

O presidente da CVM também disse que o caso da Americanas pode gerar impactos na economia nacional, principalmente na área de crédito. “O caso da Americanas é lamentável e gravíssimo.”

“Um caso como esse precisa de uma resposta a altura para que o mercado de capitais brasileiro continue se desenvolvendo”, disse o executivo.

“Tem de pegar um caso como esse, apurar os responsáveis e punir severamente para que situações como essas não se perpetuem.” Mas o executivo explicou ainda que a investigação na CVM é feita por área técnica, sem participação de presidente e diretores.

Acerca dos acionistas de referência da Americanas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira -, o presidente da CVM fez observações cautelosas, mas indicou que o caso Americanas despertou a atenção da autoridade para o trio.

“Sem querer tirar conclusões, os acionistas controladores têm políticas bastante agressivas sobre contabilização de despesa, buscando tirar o maior prazo possível dos fornecedores”, comentou. “As políticas dos acionistas controladores nos deixam atentos a outras empresas de que participam.”

Nascimento também mostrou preocupação com os impactos do processo de recuperação da Americanas, pois o plano prevê aporte de R$ 10 bilhões pelos acionistas de referência.

Como os papéis da empresa atualmente estão valendo apenas uma pequena fração da cotação que tinham há poucos meses, em dezembro, a tendência é de que a participação dos minoritários seja dissolvida com a capitalização.

“Qual será o critério adotado na capitalização para minimizar o efeito nocivo, que é a dissolução dos minoritários?”. É preciso pensar com que preço os acionistas de referência vão fazer emissão – se será com um valor mais alto – para evitar que os acionistas minoritários sejam prejudicados, pontuou.

Além de montar uma força-tarefa e abrir dois inquéritos e uma série de processos, contou Nascimento, a reguladora emitiu ofício de orientação sobre como deve ser feita a contabilidade de contas como a forfait e outras modalidades de crédito.

Indagado sobre o que aconteceu com a varejista, o executivo definiu: Estamos observando que os sistemas de freios e contrapesos falharam”, disse.

“Quando uma companhia deixa de informar um débito de algo R$ 20 bilhões a R$ 50 bilhões, as relações de controle falharam.”

Este conteúdo foi originalmente publicado em Presidente da CVM levanta suspeitas sobre remuneração de ex-CEO da Americanas no site CNN Brasil.

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