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Congresso

Líderes no Congresso elogiam Haddad, mas esperam explicações técnicas de novo marco fiscal


Líderes no Congresso Nacional receberam com bons olhos a disposição e a postura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de apresentar as diretrizes e metas do novo marco fiscal elaborado pelo governo. No entanto, afirmaram à CNN esperar mais explicações técnicas.

Haddad foi à residência oficial da Câmara dos Deputados na noite de quarta-feira (29) para mostrar ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e líderes a proposta em elaboração pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve substituir o teto de gastos. Na manhã desta quinta-feira (30), Haddad participou de reunião de líderes do Senado com o mesmo objetivo.

Um líder da Câmara avaliou que, na parte política, Haddad se saiu bem e conseguiu passar o recado de que o governo quer fazer um marco fiscal “com responsabilidade no tom da social-democracia, mas com pouco de liberalismo econômico”.

No entanto, achou que Haddad foi “muito incipiente na parte técnica” e não soube explicar de maneira clara como chegar nas metas do novo marco fiscal.

Quando questionado sobre como chegar nas metas, por exemplo, Haddad teria citado medidas que podem aumentar a arrecadação federal, mas que ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso.

Outro líder da Câmara afirmou que a reunião foi “bem tranquila e informal”, com Haddad falando por cerca de 20 minutos sobre a ideia geral do novo marco fiscal e, então, respondendo a perguntas.

Nesta quinta, Arthur Lira disse que Haddad ficou de fazer alguns ajustes no texto antes de enviá-lo ao Congresso. “Quando ele mandar, a gente se posiciona”. Ainda assim, o presidente da Câmara disse que “é um bom começo, faz parte daquilo que a gente vinha tratando”.

Segundo Lira, “o x vai ser as nossas negociações para ver que projetos e que votações nós vamos ter que fazer após para ajustar o arcabouço, como, por exemplo, na tese do que o governo defende de não aumentar impostos e fazer com que hoje quem não paga impostos passe a pagar”.

Questionado se há tempo hábil de se aprovar o novo marco fiscal em abril, disse que “vamos trabalhar, né?”. Ele voltou a dizer que o relator do texto na Câmara será do PP, mas que o nome do deputado ainda não foi acertado.

Senado

Segundo líderes do Senado, a impressão deixada por Haddad na exposição desta quinta também foi boa. Ele apresentou uma proposta que consideraram factível e responsável.

Apesar disso, ainda aguardam o texto formal e consideram que algumas pontas continuam soltas. Os líderes de oposição dizem que podem apoiar a proposta, mas cobram algumas explicações a mais.

Eles também insistem no ponto de que Haddad não explicou como pretende atingir as metas de superavit que têm sido consideradas otimistas e ousadas. Haddad falou a eles sobre aumento de receita, mas não foi explicito sobre de onde isso virá — ele apenas ressaltou que não haverá aumento de imposto.

Ou seja, viram a reunião e a apresentação como positivas e se animaram com a proposta, mas ainda enxergam o caminho dela com cautela.

O texto será apresentado formalmente por meio de um projeto de lei complementar e a aprovação no Congresso vai revogar os dispositivos constitucionais criados pelo teto de gastos.

Essa alternativa — criar uma nova regra por meio de um projeto de lei complementar, cuja aprovação é mais fácil e menos burocrática que a de uma emenda constitucional — foi possibilitada graças à Proposta de Emenda à Constituição do Estouro, aprovada no fim do ano passado para viabilizar o pagamento do Bolsa Família de R$ 600 mais complementos neste ano.

A proposta de regra fiscal estabelece metas de superávit primário. A ideia é de que o governo tenha déficit primário zero em 2024, superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e de 1% em 2026.

A proposta prevê que o governo tenha déficit primário zero em 2024, superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e de 1% em 2026. Há “variação tolerável” para essas metas, de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos.

Se a meta de superávit primário não for atingida e o resultado ficar fora da variação tolerável, haverá obrigação de redução do crescimento de despesas para 50% do crescimento da receita no ano seguinte.

O governo ainda indica que caso resultado primário venha acima da variação, o excedente pode ser utilizado para investimentos.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Líderes no Congresso elogiam Haddad, mas esperam explicações técnicas de novo marco fiscal no site CNN Brasil.

Economia Congresso Fernando Haddad Marco Fiscal Regra Fiscal

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