A atualização do Mapa do Brasil feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e anunciada nessa quarta-feira (29) não afeta o Mapa de Mato Grosso do Sul, assegura o gerente de Regularização Fundiária e Cartográfica da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), engenheiro agrimensor Jadir Bocato. A Agraer é o órgão responsável pela regularização fundiária em Mato Grosso do Sul e está vinculada à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
O ajuste feito pelo IBGE resultou num aumento da área territorial de 7.200 hectares em todo Brasil, sendo que 591 estão em Corumbá, na fronteira com a Bolívia delimitada pelo Rio Paraguai. Bocato explica, entretanto, que não se trata de aumento de área física, e sim de ajustes cartográficos.
“O mapa anterior foi feito numa escala de 1:250.000. Ou seja, cada quilômetro no mapa correspondia a 250 quilômetros no chão. O novo mapa usa uma escala muito mais precisa, de 1:100.000, isso significa uma ampliação em 6 vezes no nível de detalhamento da superfície. Um trecho do rio que antes parecia reto, agora nessa nova escala é possível identificar a existência de curvas e, consequentemente, isso vai refletir na área”, explicou.
Mato Grosso do Sul já tem mapa na escala de 1:100.000, com atualizações que ocorreram em 2020 e em 2021, portanto, essas correções já haviam sido realizadas nos limites municipais. A área total do Estado é de um pouco mais de 35 milhões de hectares, logo, essas atualizações têm pouquíssimos reflexos nas limitações físicas. “Agora vamos comparar o novo mapa do IBGE com o nosso e ver se tem alguma divergência, mas acredito que serão iguais”, completou.
Essas diferenças entre o traçado do mapa e o limite físico ocorrem, geralmente, em fronteiras delineadas por rios, que fazem muitas curvas e nem todas podiam ser identificadas na escala antiga utilizada. Quanto mais preciso for o mapa (escalas mais precisas utilizadas), mais ajustes aparecem. Mato Grosso do Sul já trabalha com mapas na escala de 1:100.000 desde a década de 1980 para definir os limites entre municípios.