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Chuvas

Reservatórios chegam ao fim do período de chuvas com maior nível em 12 anos, diz ONS


Em 2021, quando o país enfrentou uma grave crise hídrica e precisou ligar praticamente todas as suas usinas térmicas para evitar um racionamento de energia, o volume útil dos reservatórios estava em menos da metade disso no fim de abril. Na mesma época do ano passado, o índice estava em 66,5%.

Com a fartura de chuvas nos últimos meses, algumas hidrelétricas estão com o maior nível de armazenamento da história. O reservatório de Serra da Mesa (GO), que foi inaugurado no rio Tocantins em 1998, nunca esteve tão alto. No sábado (1), ele chegou a 79,3% da capacidade máxima.

Em janeiro, pela primeira vez em mais de uma década, a hidrelétrica de Furnas (MG) abriu suas comportas para controlar o nível de água. A represa está praticamente cheia.

No Nordeste, o quadro dos principais reservatórios é igualmente confortável. A usina de Sobradinho (BA), no rio São Francisco, alcançou quase 95% do volume útil neste fim de semana — bem diferente do que se viu em um passado recente. Em 2015, com a escassez de chuvas, ela ficou perto de entrar no volume morto.

Para especialistas, o panorama atual é positivo para a operação do sistema e deixa o ONS em uma situação de conforto no período de estiagem, que vai de maio a outubro na maior parte do país.

A conjuntura favorável, no entanto, pode mascarar algumas preocupações. Um relatório do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), coordenado pelo economista Adriano Pires, mostra que a capacidade de armazenamento nas hidrelétricas para atender à demanda de energia no sistema interligado diminuiu pela metade desde o começo do século.

Os cálculos do CBIE indicam que em 2001, com todos os reservatórios cheios, as hidrelétricas conseguiriam suprir o abastecimento do país por exatos 7,0 meses. Hoje, com as represas plenas de água, o armazenamento é suficiente para gerar energia aos consumidores nacionais por apenas 3,6 meses.

Nas últimas duas décadas, as maiores hidrelétricas que saíram do papel foram construídas sem grandes reservatórios, por restrições ambientais. Elas são chamadas de usinas a fio d"água, por aproveitarem a alta vazão dos rios nos períodos de chuvas, mas sem a capacidade de armazenar volumes significativos durante a estiagem. É o caso dos projetos de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO), e de Belo Monte, no rio Xingu (PA).

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal de planejamento vinculada ao Ministério de Minas e Energia, 80 de cada 100 megawatts (MW) em nova capacidade de geração contratada nos próximos dez anos virão de fonte eólica ou solar.

Para o CBIE, tudo isso tem tornado o sistema elétrico brasileiro “altamente dependente de variáveis climáticas exógenas como hidrologia, velocidade dos ventos e níveis de irradiação solar”.

Adriano Pires defende a ideia de que, para reduzir a dependência de fontes renováveis e intermitentes, o Brasil precisa apostar mais fortemente em usinas térmicas — preferencialmente a gás natural, o menos poluente dos combustíveis fósseis. Na avaliação dele, isso garantirá confiabilidade e segurança ao sistema.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Reservatórios chegam ao fim do período de chuvas com maior nível em 12 anos, diz ONS no site CNN Brasil.

Economia Chuvas Energia Elétrica Hidrelétricas ONS (Operador Nacional Do Sistema) Reservatórios

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