O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, classificou como “inadmissíveis” as denúncias que estão emergindo de dentro da empresa de abuso, assédio e importunação sexual contra mulheres. O ponto de partida foi uma investigação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra um ex-funcionário do Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) acusado de assediar uma funcionária da área de limpeza. O caso aconteceu em meados de 2022 e o MP-RJ já denunciou Cristiano Medeiros de Souza à Justiça. Após o episódio, ele foi investigado internamente e deixou a petroleira brasileira. Mulheres que trabalham na estatal se encorajaram depois do caso e passaram a trocar mensagens em um grupo de WhatsApp sobre momentos de dificuldade, assédio e constrangimento com empregados da Petrobras ao longo dos últimos anos. Prates afirmou que pediu uma análise rigorosa dos mecanismos de prevenção, combate e investigação de casos de assédio na companhia. Segundo ele, os relatos das mulheres reforçam que há muito a ser feito e foi realizada, no último final de semana, uma reunião entre gerentes e executivos da empresa para propor novas ações mais firmes e céleres de enfrentamento ao assédio.
O presidente da estatal disse que está solidário a cada uma das funcionárias que foram vítimas de assédio e prometeu buscar melhorias e mais rigor no enfrentamento ao abuso dentro da estatal: “Pedi que todas as áreas envolvidas com os processos de prevenção, combate, investigação e aplicação de consequências nos casos de assédio apresentem uma análise profundada dos nossos mecanismos de proteção às mulheres e outros grupos minorizados e que medidas sejam apresentadas para fortalecer ainda mais estes mecanismos”. O Ministério Público e outras instituições do Rio de Janeiro acompanham atentamente essas denúncias, que começaram a ser reveladas dentro da empresa. Se as denúncias chegarem ao MP-RJ, novas investigações serão feitas pelo órgão.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga