A China encerrou “com sucesso” nesta segunda-feira, 10, os três dias de manobras militares ao redor de Taiwan, uma operação que mobilizou dezenas de aviões para simular ataques e o “bloqueio aéreo” da ilha, que Pequim reivindica como parte de seu território. Os exercícios foram a resposta de Pequim à reunião da semana passada na Califórnia entre a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy. O Comando do Cenário do Leste do Exército de Libertação Popular (EPL) afirmou em um comunicado que as manobras “testaram por completo a capacidade de combate conjunta integrada de vários setores do exército em condições de combate”. O Comando do Cenário do Leste do Exército de Libertação Popular (EPL) afirmou em um comunicado que as manobras “testaram por completo a capacidade de combate conjunta integrada de vários setores do exército em condições de combate”. Durante as manobras, Pequim simulou ataques seletivos contra Taiwan, assim como o cerco da ilha, incluindo seu “isolamento”. A imprensa estatal afirmou que dezenas de aviões executaram um “bloqueio aéreo”. Após as manobras, o ministério das Relações Exteriores de Taiwan condenou a China por “minar a paz e a estabilidade” na região, enquanto o ministério da Defesa afirmou que detectou 12 navios de guerra e 91 aviões chineses ao redor da ilha.
O governo dos Estados Unidos, que pediu sinais de moderação à China, enviou nesta segunda o destróier com lança-mísseis USS Milius para uma área em disputa no Mar da China Meridional. “Esta operação de liberdade de navegação respeitou os direitos, liberdades e usos legítimos do mar”, afirmou a marinha americana em um comunicado. O destróier americano navegou perto das ilhas Spratly, um arquipélago situado a 1.300 quilômetros de Taiwan, reivindicado por China, Taiwan, Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei. A China criticou o que chamou de “invasão ilegal” do USS Milius a suas águas territoriais. O porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, advertiu nesta segunda-feira que “a independência de Taiwan e a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan são coisas mutuamente excludentes”. Ele também culpou o governo taiwanês e “forças estrangeiras” – não identificadas – pelas tensões. “Se queremos proteger a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, devemos nos opor de modo veemente a qualquer forma de separatismo taiwanês”, disse Wenbin. China e Taiwan se separaram após uma guerra civil em 1949. Pequim considera esta ilha de governo democrático como parte de seu território e prometeu recuperá-la algum dia. O governo dos Estados Unidos é deliberadamente ambíguo sobe uma eventual defesa militar de Taiwan. Washington, no entanto, vende armas a Taipé há várias décadas para a autodefesa e oferece apoio político. Tsai se reuniu com McCarthy após uma viagem a Guatemala e Belize, dois dos últimos aliados oficiais da ilha, que recentemente perdeu Honduras, país que estabeleceu relações diplomáticas com a China.
*Com informações da AFP