O MPMS (Ministério PĂșblico de Mato Grosso do Sul) abriu inquérito para investigar a regularidade da divulgação do circo chamado "Show do Cupido", realizado em Amambai. O evento recebeu diversas crĂticas por conta do tom erótico de algumas apresentações.
O documento é assinado pelo promotor Thiago Barbosa da Silva.
Nele, Thiago afirma que a investigação busca "apurar a responsabilidade por eventual descumprimento das normas atinentes à divulgação e exibição de espetĂĄculo previstas no ECA e legislação correlata".
Na época, vĂdeo feito de umas das apresentações gerou revolta no pĂșblico. A gravação mostra artistas se apresentado com roupas que cobriam apenas as partes Ăntimas.
Vale ressaltar, que grande parte da plateia era composta por crianças. Nos cartazes de divulgação, o circo afirma que a apresentação se tratava do "maior show de circo cosplay do Brasil".
No Inquérito Civil, o promotor pede que a Prefeitura de Amambai explicasse o apoio cedido para a realização do evento. Em resposta, o Executivo afirmou que parceria se "limitou à produção (não impressa) de uma arte do show com o selo de apoio da Sedesc".
Além disso, a prefeitura afirmou não ter realizado incentivo financeiro e ressaltou ter se surpreendido com o conteĂșdo apresentado ao vivo durante o evento.
O inquérito também busca explicações do espaço onde o evento foi realizado. O inquérito foi aberto após denĂșncia do deputado estadual, Rafael Tavares (PRTB).
Na época, a PolĂcia Civil passou a investigar o circo após denĂșncias de pais de crianças, que presenciaram apresentação de um homem vestido só de cueca.
Segundo a delegada da PolĂcia Civil, Alana Lima, no dia da apresentação o delegado plantonista foi acionado após denĂșncias das mães.
No dia seguinte, a delegada afirma que outros responsĂĄveis das crianças procuraram a delegacia para fazer a denĂșncia, e o circo agora deve ser investigado por ato obsceno e importunação sexual.
O que motivou as denĂșncias foi a apresentação de um palhaço, que estava fantasiado de cupido, e que vestia uma cueca, com um coração vermelho sobre as partes Ăntimas.
Imagens gravadas por espectadores do show revelam que o homem interage com a plateia, cheia de crianças, e tenta até sentar no colo de um homem, que o empurra.
Nas redes sociais, muitos moradores da cidade que assistiram ao espetĂĄculo falaram sobre a revolta causada pela apresentação.
"Uma pouca vergonha. Disseram que era um espetĂĄculo de circo e no fim foi uma encenação de pornografia", disse uma mulher.
O proprietĂĄrio do circo também foi multado e autuado. Ele usava cobras em atrações, o que é proibido por lei estadual.
Conforme a PMA (PolĂcia Militar Ambiental), os militares souberam do uso dos animais em atrações e foram até o circo. LĂĄ, encontraram as cobras, sendo uma jiboia de 1,2 metro e uma pĂton, de 1 metro.
Os animais foram recolhidos e a empresa alegou que não sabia da proibição de uso dos animais nas apresentações no Estado.
"Fica proibida, em todo o território do Estado de Mato Grosso do Sul, a apresentação de espetĂĄculo circense ou similar que tenha como atrativo a exibição de animais de qualquer espécie", diz o artigo 1Âș.
Além disso, as cobras também não tinham qualquer documentação. Os animais foram apreendidos e serão encaminhados ao Cras (Centro de Animais Silvestres), em Campo Grande.