Desde os recentes casos de violência à comunidade escolar, circulam em grupos de mensagem e redes sociais alguns prints com supostos ataques em Mato Grosso do Sul. Pais e responsáveis reclamam da falta de informação unificada da segurança, educação e das escolas como medida de evitar tragédias ou acalmar os ânimos.
Na maior parte dos prints que circulam, um suposto aluno faz ameaças de massacre, sem mencionar a escola. Em outra mensagem, um suporto aluno diz que os crimes são motivados por um jogo.
Diante dos compartilhamentos, pais entram em pânico. "Minha filha tem apenas 12 anos, está com medo de estudar e eu mais ainda de mandar ela para escola. Eu fui na escola e já tinha vários pais, todos ficaram desesperados", descreve uma mãe ao Jornal Midiamax.
Uma unidade particular de Campo Grande, que não será identificada, informou que os recentes casos e as ameaças, de maneira geral, fizeram com que a direção instaurasse novos esquemas de segurança, como conferir o número de alunos em um espaço escolar e jamais liberar a entrada de pessoas desconhecidas ou sem autorização em qualquer lugar da unidade.
"Nós, enquanto escola que se preocupa com a segurança e bem estar de todos os nossos alunos, reforçamos alguns cuidados que todos, colaboradores e professores, devem tomar", informou. Outras medidas de alerta foram reforçadas com a equipe, como em caso de notoriedade de algo diferente ou inabitual de um aluno, a coordenação deve ser avisada.
Circula em diversos grupos de mensagem alertando sobre um possível ataque em unidades escolares no dia 20 de abril. Entretanto, a polícia alerta para evitar o compartilhamento em massa, já que a divulgação de prints fakes causa um efeito cascata de terror e medo.
A Polícia Militar informou que houve reforço no policiamento escolar desde o início do ano letivo, com intensificação nas ações, onde pessoas em atitude de suspeição no entorno de instituições de ensino estão sendo abordadas, procedendo a busca pessoal, para verificar se estão portando qualquer tipo de instrumento ilícito, e consulta nos sistemas policiais onde é verificado sua periculosidade, bem como se tem alguma pendência com a justiça.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a SaferNet Brasil, criou um canal exclusivo para recebimento de informações de casos suspeitos de ataques a instituições de ensino tendo o formulário para recebimento das denúncias já está disponível no endereço www.mj.gov.br/escolasegura, onde os conteúdos e dados enviados serão mantidos sob sigilo.
A plataforma criada permite que as denúncias sejam investigadas de forma mais rápida e eficiente. Os dados serão analisados pela equipe do Ciberlab (Laboratório de Operações Cibernéticas), da Diopi (Diretoria de Operações Integradas e Inteligência), que tem atuado fortemente no assessoramento de investigações sobre crimes virtuais no Brasil. O grupo agora conta com 50 policiais, que irão se dedicar nos próximos dias, exclusivamente e em regime de plantão 24 horas, ao monitoramento das ameaças contra escolas na internet.
O MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) informou que vai notificar as plataformas de redes sociais pedindo mais rapidez, eficácia, discernimento e colaboração em relação ao atendimento de solicitações relacionadas a casos suspeitos de ataques a instituições de ensino, além de apologia ao ódio e à violência. O MJSP exige que as plataformas combatam de maneira mais eficiente os perfis que propaguem esses tipos de crimes nas redes sociais.
O anúncio oficial de Plano de Segurança nas Escolas de Mato Grosso do Sul deve ocorrer na manhã da próxima quarta-feira (12), conforme anúncio oficial do Governo de MS na última segunda-feira (10).
A força-tarefa do Governo de MS - que deve atualizar programas e protocolos de segurança escolar em meio ao crescimento de ameaças e ataques Brasil afora - estava previsto para semana que vem.
Contudo, casos mais recentes de ameaças no Estado fizeram com que o Governo de MS decidisse por adiantar a apresentação.
A reportagem apurou que o plano reúne diversas pastas da administração estadual. Puxadas pela Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica), gestores de outras secretarias, tais como SED (Secretaria de Estado de Educação) e Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), estariam em imersão para desenvolvimento de ações.
Recentemente, crescimento de ataques em escolas em diversas regiões do país tem aumentado a preocupação e promovido debate não só sobre segurança nas escolas, mas também sobre os protocolos de como noticiar ataques.
Um dos casos mais recentes foi tragédia ocorrida em Blumenau, em Santa Catarina, que culminou na morte de quatro crianças. Nesta segunda, novo ataque foi relatado em escola particular de Manaus, onde um adolescente foi apreendido após atacar três pessoas com uma faca.